Quem são os réus dos atos de 8 de janeiro candidatos em SC em 2024

Três candidatos às eleições de 2024 em Santa Catarina são réus do STF (Supremo Tribunal Federal) por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023. Concorrendo por cargos em prefeituras e câmaras municipais, eles são investigados por crimes como associação criminosa armada e incitação ao crime.

Quem são os réus dos atos de 8 de janeiro que são candidatos em SC em 2024

Os três candidatos são réus do processo que investiga os atos do 8 de janeiro – Foto: DivulgaCand/Divulgação/ND

A lista de candidatos em Santa Catarina envolvidos nos protestos parte de um levantamento nacional do portal Metrópoles.

Prefeitura de Itajaí

Um dos candidatos é Fabiano da Silva (DC), que concorre à prefeitura de Itajaí e foi preso por participar dos atos de 8 de janeiro, quando era suplente a vereador. Por isso, o político é investigado por incitar crime e organização criminosa.

Ele já pleiteou o cargo na Câmara Municipal de Itajaí em 2016 e 2020 e chegou a tentar se eleger a deputado estadual em 2010.

Câmara de Blumenau

Em Blumenau, o pastor Dirlei Paiz (PL) pleiteia uma vaga como vereador. Ele foi preso em agosto de 2023 na operação Lesa Pátria, que investiga quem participou, financiou e incentivou os atos de 8 de janeiro.

Antes de ficar três meses preso preventivamente, Dirlei Paiz era responsável pela Igreja Assembleia de Deus Missões, localizada na Rua Pastor Oswaldo Hesse, no bairro Ribeirão Fresco. Ele também ocupava o cargo comissionado de Coordenador Político na Câmara de Vereadores de Blumenau, no gabinete do vereador Almir Vieira (PP).

Nas redes sociais, o pastor aparece em diversas postagens nas concentrações realizadas após o resultado das eleições de 2022, em frente ao 23º BI (Batalhão de Infantaria) na Rua Amazonas, no bairro Garcia.


Pastor Dirlei Paiz compartilhou vídeos dos atos de 8 de janeiro nas redes sociais – Vídeo: Redes sociais/Reprodução/ND

Câmara de Xanxerê

Em Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, Ademar Guinzelli (Republicanos) concorre a vaga na Câmara Municipal.

Ele foi preso em flagrante durante os atos, ficou detido preventivamente e agora, em liberdade, responde pelos mesmos crimes que os outros dois envolvidos e tenta o cargo de vereador no município.

Lesa Pátria: relembre os atos de 8 de janeiro

Na tarde daquele domingo, 8 de janeiro de 2023, manifestantes revoltados com o resultado das eleições presidenciais vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. As ações foram orquestradas em um acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, de acordo com o relatório produzido pelo interventor Ricardo Capelli.

Os manifestantes invadiram as sedes e destruíram obras de arte, mobiliário e a própria estrutura das Casas. Os danos ao Palácio do Planalto foram estimados no valor total de R$ 7,9 milhões. E os prejuízos causados à sede do Supremo Tribunal Federal atingiram o valor de R$ 5,9 milhões. Dentre as obras destruídas, está o painel Araguaia, o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, entre outros.

No dia do ato, nove comandantes da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) estavam de férias ou de licença. Também estava de recesso o então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres – ele é suspeito de ter colaborado com o evento.

Torres não estava no Brasil no dia do ataque e é investigado por omissão. Dois dias após os ataques, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres, onde encontrou a minuta de um golpe de Estado. O documento era o rascunho de um decreto para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Intervenção federal e CPI

No dia seguinte à invasão, o Senado aprovou uma intervenção federal no Distrito Federal até 31 de janeiro para retomar o controle da Segurança Pública. Sob o comando do interventor Ricardo Capelli, foram realizadas exonerações, afastamentos e a instauração de inquéritos policiais militares.

No fim de maio foi instalada uma CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar os atos. O relatório final, aprovado em outubro, pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre as quais a do o ex-presidente Jair Bolsonaro e de um possível financiador catarinense.

Também estão entre os denunciados militares do alto escalão, ex-assessores de Bolsonaro, supostos financiadores dos atos extremistas e a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal. A oposição apresentou um relatório alternativo – recusado – culpando o presidente Lula (PT) e membros do governo federal.

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