Após semana de calor recorde, temporais devem voltar com força no Sul e no Sudeste; veja previsão


Tendência é que as capitais que vinham registrando máximas acima dos 35°C tenham marcas mais próximas aos 30°C nos próximos dias. Temporais devem voltar com força para o Sul e para o Sudeste a partir desta sexta (24).
Prefeitura de São José do Rio Preto/Divulgação
Depois de uma semana com temperaturas recorde em diversas capitais do Sudeste, os temporais devem voltar com força para essa região a partir desta sexta-feira (24). O mesmo é esperado para a região Sul.
🌡️Reflexo do fenômeno chamado de aquecimento adiabático (entenda mais abaixo), o calor atingiu as maiores marcas do ano em algumas cidades do país.
Em São Paulo, por exemplo, a máxima chegou a 33,9°C na quarta-feira (22). Já no Rio de Janeiro, os termômetros atingiram quase os 39°C. Recordes consecutivos de calor também foram registrados em Belo Horizonte.
Mas, nos próximos dias, a expectativa é de uma leve diminuição no calor e da volta dos temporais.
“Nesta sexta os temporais voltam com tudo para os três estados do Sul. A mesma situação é esperada para São Paulo, de modo geral com chuva um pouco mais isolada, chegando até o Mato Grosso do Sul”, detalha Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.
Para a região Sul, são esperados chuva volumosa, granizo e ventos intensos, de até 80 km/h. Não estão descartados problemas como alagamentos e queda de árvores.
No Norte e no Nordeste a expectativa também é de chuva volumosa, mas com menos chance de temporais. O destaque fica para o Amapá, norte do Pará, Maranhão, Piauí e norte do Ceará, que devem registrar grandes acumulados.
Nessas regiões, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é a responsável pelas chuvas fortes e constantes previstas.
👉A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é um encontro de ventos na região do Equador. É dos principais sistemas meteorológicos causadores de chuva em parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A tendência é que as capitais que vinham registrando máximas acima dos 35°C tenham marcas mais próximas aos 30°C nos próximos dias.
“As temperaturas devem cair por volta de 4 ou 5 graus até o fim de semana, então vai ficando um pouco menos quente com o passar dos dias”, analisa Luengo.
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Fim de semana de calor e chuva
No fim de semana, a previsão para o Centro-Sul é também de calor e pancadas de chuva, principalmente na parte da tarde e da noite.
No sábado (25), uma frente fria deve se formar, mantendo o risco de temporais na região Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Já no domingo (26), esse sistema deve seguir avançando pelo Sudeste, espalhando os temporais para Minas Gerais, parte do Espírito Santo e também no Centro-Oeste.
A chuva também deve continuar no Norte e no Nordeste, atingindo Amapá, norte do Pará, norte do Maranhã, Acre, Amazonas, Rondônia e até Tocantins.
“Nessas regiões, as pancadas podem ser fortes, mas a tendência é que sejam isoladas e não provoquem muitos danos”, prevê Luengo.
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Calor ‘adiabático’
O aumento nos termômetros, principalmente no Sudeste, não tem relação com a onda de calor que esquentou parte do Sul e de Mato Grosso do Sul. Na região, o fenômeno responsável pelo calorão é o “aquecimento adiabático”.
O calor do início da semana na região é uma combinação de três fatores:
Diminuição da nebulosidade e da chuva
Ausência de ventos frios de origem polar
Aquecimento adiabático
Luengo explica que o aquecimento adiabático é um processo natural associado com a presença de montanhas e pode ocorrer em qualquer época do ano.
O fenômeno é muito típico no litoral de São Paulo, quando sopra o vento de noroeste, antes da chegada de uma frente fria, por exemplo. O ar que desce a Serra do Mar, impulsionado por este vento de noroeste, vai aquecer cerca de 1°C a cada 100 metros.
Entre São Paulo e a região da Baixada Santista existe quase 800 metros de diferença de altitude. Se a temperatura na capital está em torno dos 30ºC, com o vento empurrando o ar, o litoral vai registrar temperaturas em torno dos 38ºC.
“Para manter a sua pressão, o ar pode comprimir ou se expandir, e isso altera a sua temperatura. Se o gás é comprimido, ele aquece. Se ele se expande, ele esfria. Neste caso, o ar passou a montanha e comprimiu para manter a pressão e aqueceu”, explica Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.
O meteorologista usa o desodorante como exemplo para explicar o fenômeno. “Quando apertamos o desodorante aerossol, ele se expande e, para manter a pressão, ele esfria. Por isso sentimos o geladinho. No aquecimento adiabático ocorre o inverso, o ar comprime”.
O que é aquecimento adiabático
Infográfico g1/ Climatempo
Veja abaixo como ficam as temperaturas nas capitais nos próximos dias, segundo o Inmet:
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