Falta de liderança na FAA é apontada como fator crítico em colisão aérea que matou 67 em Washington

A colisão entre um avião comercial e um helicóptero militar nesta quarta-feira, 29, em Washington D.C., que resultou na morte de 67 pessoas, trouxe à tona críticas sobre a falta de liderança na Federal Aviation Administration (FAA), agência responsável pela regulação da aviação nos Estados Unidos. O ex-Secretário do Trabalho no governo Bill Clinton, Robert Reich, atribuiu parte da responsabilidade pelo acidente à ausência de um administrador permanente na FAA, situação que ele relacionou a pressões do bilionário Elon Musk.

Michael Whitaker, ex-administrador da FAA, renunciou ao cargo no dia da posse do presidente Donald Trump, em 2017, após Musk pressionar publicamente por sua saída. A SpaceX, empresa de Musk, havia sido multada em mais de US$ 600 mil pela FAA por descumprir requisitos de segurança. “Colocar os lucros privados acima da segurança pública é uma receita para o desastre”, escreveu Reich em sua conta no Instagram.

A FAA está sem um administrador permanente desde a renúncia de Whitaker, que ainda teria vários anos de mandato pela frente. O vácuo de poder na agência ganhou destaque após o acidente. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o recém-nomeado Secretário de Transportes, Sean Duffy, evitou responder perguntas sobre a falta de um diretor interino na FAA para gerenciar a crise.

Na manhã desta quinta-feira, o presidente Trump anunciou a nomeação de Chris Rocheleau, executivo de uma associação empresarial de aviação, como administrador interino da FAA. No entanto, não há indicações de quem assumirá o cargo de forma permanente. Musk, um dos principais apoiadores de Trump, tem influenciado a escolha de nomes para cargos federais e supostamente participou da supervisão de projetos como o desenvolvimento dos novos jatos Air Force One pela Boeing.

As críticas de Musk à FAA não são recentes. Em setembro de 2024, ele publicou uma mensagem exigindo a renúncia de Whitaker, acompanhada de uma foto do ex-administrador. Musk também culpou a agência por “sufocar os sonhos da raça humana” e afirmou que a humanidade nunca chegaria a Marte sem uma “reforma radical” na FAA. A SpaceX e sua subsidiária Starlink foram multadas pela agência em outras ocasiões por descumprimento de normas de segurança.

Além das pressões de Musk, a FAA enfrenta problemas crônicos de subfinanciamento e tecnologia obsoleta. Um relatório de 2023, elaborado por um painel de especialistas, alertou que a dependência de horas extras para suprir a falta de funcionários em instalações de controle de tráfego aéreo representa riscos à segurança. A agência também recebeu centenas de reclamações de trabalhadores sobre condições precárias, incluindo escassez de pessoal e infraestrutura deteriorada.

Enquanto as investigações sobre a colisão em Washington seguem em andamento, a falta de liderança na FAA e os desafios estruturais da agência permanecem no centro do debate sobre a segurança da aviação nos Estados Unidos.

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