Israel mata ao menos 18 em ofensiva na Cisjordânia, entre eles adolescente, dizem palestinos

image processing20230703 18377 1l52n8l

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Em mais um episódio de violência na Cisjordânia, alvo de ataques na última semana, Israel matou cinco pessoas, incluindo um adolescente de 16 anos, durante bombardeios em Jenin, afirmou o Ministério da Saúde palestino na noite deste sábado (1º).

O Exército começou a invadir a cidade no dia 21 de janeiro, dois dias após entrar em vigor o esperado cessar-fogo na Faixa de Gaza, outro território palestino ocupado por Tel Aviv e palco de uma guerra de 15 meses.

Desde então, pelo menos 18 palestinos, incluindo seis membros de grupos armados e uma menina de dois anos, foram mortos em Jenin e em localidades próximas, de acordo com autoridades palestinas. Já Tel Aviv diz ter matado 18 homens armados e prendido 60 suspeitos, desmantelando mais de cem dispositivos explosivos.

A violência na Cisjordânia já havia aumentado antes mesmo da mais recente operação israelense.

Nesse território, forças militares e colonos mataram pelo menos 881 palestinos, incluindo membros de grupos armados, desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde palestino. Do lado israelense, morreram pelo menos 30 pessoas, incluindo vários soldados, de acordo com números oficiais de Tel Aviv.

Questionado sobre a morte do adolescente, o Exército israelense disse que a força aérea havia atingido “terroristas armados”. Posteriormente, os palestinos registraram a morte de mais quatros pessoas, e Tel Aviv disse ter atacado um veículo “com terroristas dentro” na área de Qabatiya, em Jenin.

A operação nessa localidade, chamada de “Muro de Ferro” e, segundo Israel, destinada a expulsar grupos armados palestinos, cortou a água de parte da população e demoliu dezenas de casas, expulsando milhares de pessoas –autoridades palestinas dizem que pelo menos 80% dos habitantes do campo de refugiados foram forçados a deixar suas casas.

O Exército ainda bloqueou as saídas do campo de refugiados vizinho de Faraa, a sudeste de Jenin, onde ocorrem buscas em residências, segundo um jornalista da agência de notícias AFP que viu diversos drones sobrevoando a área.

Autoridades israelenses afirmam repetidamente que um dos principais inimigos do país, o Irã, contrabandeia armas para combatentes na Cisjordânia e que o Exército está agindo contra o “eixo iraniano”, embora não tenham divulgado recentemente nenhuma evidência para apoiar essas alegações.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse na quarta (29) que o exército permanecerá em Jenin até que a operação militar esteja completa, sem dizer quando isso acontecerá.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.