Crítica – Acompanhante Perfeita

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Você já imaginou quem seria a sua ou o seu acompanhante perfeito? Quais são as qualidades que a pessoa precisa ter? Precisa ter olhos azuis, castanhos ou verdes? Algum timbre de voz específico? E se você pudesse escolher exatamente como você quer seu parceiro(a) dos sonhos?

Acompanhante Perfeita, filme de estreia de Drew Hancock Suburgatory na direção, chega aos cinemas brasileiros no dia 6 de fevereiro de 2025 e foi uma das gratas surpresas desse começo de ano. E como eu disse no título, Acompanhante Perfeita é “perfeito” para ser visto sem ter absolutamente nenhum conhecimento prévio sobre o longa. Além de tudo, o filme resgata e moderniza o gênero slasher com temas bem atuais, que eu não citarei abertamente para não estragar a experiência.

Slashers por sua vez podem parecer bem grotescos para algumas pessoas, o que é natural já que são filmes feitos para causar essa agonia e estranheza. Mas Acompanhante Perfeita é um exemplo perfeito do gênero pra quem tem curiosidade de conhecer mais sobre. Ele se utiliza muito bem das ferramentas e não tem tantos momentos “gore. E isso é um dos pontos que mais agrada no filme, porque eu sou uma pessoa que acaba enjoando de ver cenas grotescas, acaba ficando muito repetitivo.

Agora, vindo diretamente de The Boys, um ator que já tá bem acostumado com gore e cenas absurdas, o Jack Quaid (Josh), interpreta um dos personagens principais do filme. Confesso que, como eu realmente não tinha visto absolutamente nada sobre o filme antes de assistir, fiquei surpreso de tê-lo visto em cena, é divertido acompanhar Quaid atuando em algo diferente da série, porém ele não convence.

Já a Sophie Thatcher, Iris, a personagem título, está impecável! Além de uma atuação brilhante, ela entrega absolutamente tudo e mais um pouco! No filme, tal como na provocação inicial deste texto, Josh consegue escolher como ele quer que a sua Iris seja! Desde timbre de voz, cor dos olhos, memórias de como foi o primeiro encontro dele e até mesmo o nível de inteligência! E, ao longo do filme, ele passa a mudar algumas características dela e a mudança de interpretação gradual de Thatcher é simplesmente incrível.

No geral, o filme tem um desenvolvimento bem rápido. Ele entrega o conflito muito cedo, o que não é bem um problema já que ele precisa capturar a nossa atenção rápido. Entretanto, o seu grande defeito nasce a partir disso: Por ter um ritmo muito acelerado, os conflitos e alguns desenvolvimentos de personagens acabam sendo muito rasos e não há tempo pra criarmos qualquer vínculo com eles. Assim, quando chega o final, há uma real tentativa de trabalhar no personagem de Jack Quaid, mas já é tarde demais e o ator falha em entregar uma atuação convincente o suficiente para amenizar essa sensação criada pela necessidade tardia.

Ainda assim, com um enredo recheado de reviravoltas, misturando ficção científica e trazendo bastante terror somando à uma crítica aos relacionamentos tóxicos dos tempos modernos, o filme funciona muito bem. Recomendo ir ao cinema sem ver qualquer vídeo ou informação anterior sobre o longa, sua experiência será bem melhor. É um filme bastante interessante, provocante e divertido.

Crítica por João Saito (Kou)

Acompanhante Perfeita

  • Desenvolvedora: New Line Cinema
  • Publisher: Warner Bros. Pictures
Positivo

  • Te mantém vidrado do início ao fim
  • Boa introdução aos slashers
  • Atuação brilhante de Sophie Thatcher
Negativo

  • Raso em vários momentos
  • Poderia ter um melhor final
Nota 7

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