Enfermeiro, médico e agentes são suspeitos de abuso sexual contra presas

divulgacao dgpp

LORENA BARROS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Um médico, um enfermeiro e dois policiais penais da Casa de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia (GO) são suspeitos de cometer ou autorizar abusos sexuais contra mulheres presas.

Casos foram descobertos em 7 de janeiro, segundo a Polícia Penal de Goiás. Na ocasião, detentas e os responsáveis pela segurança do centro de detenção foram ouvidos e um procedimento para investigar o caso foi instaurado.

Atos sexuais entre presas e policiais, classificados em nota da Polícia Penal como “relações amorosas e sexuais”, eram cometidos dentro do posto de saúde da unidade. Não há informações sobre por quanto tempo os crimes teriam acontecido nem há quanto tempo os profissionais de saúde atuavam no local.

Policiais penais foram identificados e afastados das suas funções, mas continuarão a receber salários. A Polícia Penal afirmou que os afastamentos ocorrem “de forma cautelar, nos termos da legislação vigente”.

Segundo as investigações, José Rodrigo Bulhões Gama teria envolvimento de “maior gravidade nos fatos”. Ele foi afastado da função por 180 dias e teve o posse de arma suspenso pelo mesmo período. Já o policial penal Lucas Moreira de Souza tinha “menor participação e conhecimento” dos fatos”. Ele foi afastado por 30 dias e também perdeu o posse da arma.

Uma das vítimas foi transferida para outra unidade prisional. Segundo a Polícia Penal, isso aconteceu por uma “medida de segurança”.

Profissionais da saúde envolvidos no crime tiveram contrato encerrado com a Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Em nota, o órgão afirmou que o caso segue sob sigilo.

Conselho de medicina não recebeu denúncia contra médico. Em nota, o Cremego informou que não teve acesso a qualquer informação oficial sobre o caso. A identidade do profissional de saúde não foi divulgada.

Enfermeiro é investigado pelo conselho. Em nota, o Conselho de Enfermagem de Goiás informou que “está ciente do caso e está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação”.

Caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Aparecida de Goiânia. À reportagem, o órgão informou que as diligências seguem sob sigilo, como determina a legislação em casos de violência contra a mulher.

EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.