Após ficar 10 dias desaparecido, brasileiro é achado em aeroporto do Japão

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EDUARDA ESTEVES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

O brasileiro Vitor Daniel Claudiano de Araújo, 22, que desapareceu no dia 24 de janeiro durante uma viagem ao Japão, foi encontrado preso dentro do aeroporto de Narita. Os familiares do paraibano foram informados pelo Consulado do Brasil na capital japonesa, na madrugada desta terça-feira (4).

Suspeita principal é de tráfico de drogas. Vitor foi detido assim que desembarcou no aeroporto de Narita por tráfico internacional de drogas. “Como no país existe a Lei de Sigilo de Informações Pessoais, o consulado precisa obter do detento autorização para comunicação com os parentes. O pedido de comunicação aos parentes é feito por carta, já que as visitas, no início da investigação, não podem ser realizadas”, diz comunicado enviado pelo Consulado do Brasil em Tóquio.

Autorização só foi concedida nesta terça-feira. “Conseguimos visitar o brasileiro, que autorizou o aviso [da prisão] aos parentes”, segundo o consulado. Vitor está sendo acompanhado por um defensor público do Japão. No Brasil, a família contratou a advogada Thaise Guedes para acompanhar o caso.

Brasileiro está sendo investigado. A família foi informada de que ele está bem, mas vai permanecer detido. “Ele está bem, mas está preso. Quando as investigações forem encerradas, eles vão enviar um comunicado para as autoridades brasileiras explicando como aconteceu a prisão dele”, detalhou Junior Claudiano, irmão de Vitor.

O irmão de Vitor diz que a família está aliviada, mas aflita por não saber os detalhes. “A gente não tem muita informação, mas agora estamos em contato com o consulado para entender os próximos passos.

Estamos aliviados”, disse o irmão do brasileiro.

O UOL entrou em contato com o Itamaraty para esclarecer os detalhes da prisão. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, afirmou que acompanha o caso e presta assistência consular ao nacional brasileiro.

ÚLTIMO CONTATO DO BRASILEIRO FOI NO DIA 24 DE JANEIRO

A família denunciou que o jovem havia desaparecido após pousar no Qatar, onde faria uma escala. O destino final da viagem seria Tóquio, mas o paraibano parou de enviar mensagens aos familiares.

Família estava há dez dias sem notícias de Vitor. A dúvida deles era se o jovem tinha embarcado para o Japão ou permanecido no Qatar por algum motivo. “Estamos muito aflitos, sem nenhuma notícia, sem saber o que aconteceu”, afirmou Junior Claudiano.

Brasileiro contava detalhes da viagem ao irmão por mensagens no WhatsApp. Ele saiu do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na quinta-feira (23). Vitor escreveu para o irmão quando chegou no Qatar e mandou um vídeo curto dele já no aeroporto, na sexta-feira. Na mensagem, o jovem dizia que estava ansioso para chegar ao destino final e tomar um banho.

Por volta das 21h30 da última sexta, ele fez o último contato. “Deu bom já”, diz o texto enviado ao irmão.

Em outra mensagem, ele elogiou o aeroporto do Qatar. “Aqui é muito lindo”, disse ele ao irmão Junior Claudiano.

O voo para o Japão sairia do Qatar às 2h do sábado (25), no horário do Brasil. “Não sei se ele embarcou ou não. Todo mundo está desesperado, pensando muita coisa porque foi de última hora, Tóquio é muito severo com visto, a gente não sabe se ele está se comunicação, queremos notícias”, declarou o irmão.

O paraibano, natural de Campina Grande, se mudou para o Rio de Janeiro no ano passado. Ele trabalha como gerente de um restaurante, segundo a família. Ele só avisou aos familiares que viajaria para o exterior, pela primeira vez, na quarta-feira (22). “Ele disse que iria ao Japão depois de minha mãe insistir”, contou.

Segundo a família, a viagem não estava programada há muito tempo. “Foi repentina, ele nunca pensou em ir para o Japão, tinha vontade de ir para a França, que eu saiba”, afirmou Junior.

O brasileiro disse que partiria do Japão no dia 2 de fevereiro. Na mensagem enviada ao irmão, Vitor também detalhou que, se conseguisse uma passagem barata, iria para Portugal visitar um amigo.

Família procurou a Polícia Civil da Paraíba e fez um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento. Eles também procuraram a Polícia Federal. O UOL procurou a PF, mas não houve retorno.

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