Aluguel residencial é desafio em Santa Cruz; entenda

O mercado de locações residenciais é um desafio para interessados e imobiliárias de Santa Cruz do Sul. A grande demanda frente à baixa disponibilidade de imóveis torna uma dificuldade encontrar moradias com valores mensais abaixo de um salário mínimo. Para aqueles que pretendem adquirir uma casa ou apartamento, é preciso lidar com a alta taxa de juros e a mudança nas regras dos programas habitacionais da Caixa Econômica Federal (CEF), como o Minha Casa, Minha Vida.

Conforme o empresário Flávio Bender, da Predilar, o cenário já estava delicado no município e piorou depois das enchentes de maio do ano passado. Isso porque algumas famílias tiveram as casas interditadas pela Defesa Civil e passaram a depender do aluguel social concedido pela Prefeitura.

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O benefício chegou a ser reajustado para até R$ 1,2 mil mensais e mesmo assim não foi fácil garantir a realocação dos atingidos. “O setor piorou e há falta de imóveis que não são de luxo, digamos assim, para locação. Aqueles com valores abaixo de R$ 1,5 mil”, afirma.

Para o futuro próximo, Bender não vê melhora. “A oferta está baixa, não tem pessoas que constroem para locação”, frisa. Os investidores, da mesma forma, procuram imóveis centrais e com valor agregado maior. Outro ponto a ser observado é a alta taxa de juros e a mudança nas regras dos programas habitacionais da CEF, como o Minha Casa, Minha Vida. Com montantes maiores de entrada sendo exigidos e parcelas mais elevadas, muitas famílias desistiram de comprar e permanecem no aluguel.

“Anteriormente tivemos uma grande desocupação porque muita gente conseguiu adquirir. Com R$ 10 mil que a pessoa tivesse no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou de recursos próprios, ela dava de entrada e financiava o saldo”, recorda o empresário. Atualmente, para imóveis usados, a pedida varia de 30% a 50% do valor total.

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Ainda no âmbito das enchentes, 28 famílias santa-cruzenses desabrigadas foram beneficiadas com R$ 200 mil da CEF para a compra de uma moradia e terão liberdade de escolha. O auxílio, contudo, esbarra na falta de casas e apartamentos desse valor na cidade. “Não tem imóvel de até R$ 200 mil para vender para a CEF, é um momento muito complicado.”

Avaliação semelhante é feita por Cássio Luz, da Garbo Negócios Imobiliários e presidente da Sociedade das Empresas Imobiliárias de Santa Cruz do Sul (Seisc). Assim como Bender, ele ressalta a preferência dos investidores por imóveis de melhor localização e valor agregado. “Assim, os prédios em construção estão em locais centrais e quem busca essas condições se sujeita a pagar um valor mais alto.”

Ao passo que o público jovem, com destaque para os estudantes, busca moradias perto da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Hospital Santa Cruz, Cássio revela uma crescente demanda por locação de casas de alto padrão em condomínios fechados.

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Locações comerciais também preocupam

Uma cena que persiste já há alguns anos em determinadas ruas do centro de Santa Cruz é o número de salas e outros imóveis com fins comerciais desocupados. Alguns estão com a placa de “Aluga-se” há mais de dois anos. Segundo Cássio Luz, desde o fim de 2024 já se percebia uma queda na procura e a tendência persiste. “O que verificamos é uma freada na demanda pelo comercial e um aumento muito grande nos residenciais”, observa.

Flávio Bender, por outro lado, é mais enfático e lembra que a situação já vem de alguns anos, sobretudo nas quadras e ruas afastadas da grande movimentação, como Venâncio Aires, Ernesto Alves, Assis Brasil e a parte baixa da 28 de Setembro. “Não se vê na Marechal Floriano, Tenente Coronel Brito e na parte alta da 28 de Setembro. Nesses locais, quando alguma sala fica vazia, logo alguém ocupa.”

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Expectativas para 2025

Ao comentar as projeções para 2025, Cássio Luz explica que o mercado imobiliário é variável e enfrenta períodos de alta e baixa. “Em Santa Cruz, contudo, não chega a acontecer isso porque as pessoas têm um perfil de investimento. Claro que elas param para fazer contas e ver se é o momento ideal.”

Com os lançamentos já realizados e os que ainda estão por vir, as perspectivas são boas para o restante do ano. “Esperamos que seja bom porque sabemos que o setor imobiliário fomenta muitos outros e faz o mercado girar.”

Flávio Bender chama a atenção quanto à possibilidade de déficit habitacional para o público de renda mais baixa e ainda a mudança na mentalidade das novas gerações. “Antes havia aquela ânsia por comprar um carro e a casa própria. Hoje os jovens já não querem tanto isso e pensam mais em viver a vida.” Frente a essa tendência, o empresário entende ser necessário um trabalho junto aos investidores para mostrar novas possibilidades e demandas do mercado imobiliário.

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