Ponte de Ferro entre Igarapava e Delta passa por avaliação após surgimento de rachaduras


Estrutura inaugurada em 1919 apresentou trincas no asfalto e chegou a ser interditada nesta terça-feira (4). Órgãos federais, estaduais e municipais discutem responsabilidade pela manutenção. Rachaduras em ponte histórica preocupam técnicos na divisa entre São Paulo e MG
Técnicos das prefeituras de Igarapava (SP) e de Delta (MG) fizeram uma vistoria nesta terça-feira (4) na Ponte de Ferro após o surgimento de rachaduras no asfalto. O trecho chegou a ser interditado para a avaliação.
As trincas na estrutura sobre o Rio Grande estão nos dois sentidos e preocupam as autoridades, segundo o diretor técnico de engenharia da Prefeitura de Igarapava, Kleber Bizarro Menezes.
“Precisamos de um técnico especialista em pontes para fazer uma avaliação mais completa dessa estrutura, que é muito antiga, de 1914 mais ou menos. E de lá para cá, a gente não viu nenhuma manutenção, vistoria nesse sentido”, diz.
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Rachadura na Ponte de Ferro sobre o Rio Grande, entre Igarapava (SP) e Delta (MG)
Lindomar Cailton/EPTV
Inaugurada em 1915, a ponte foi construída pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Inicialmente, a matéria-prima foi importada da Alemanha e as últimas peças que faltavam foram trazidas da Inglaterra por causa da Primeira Guerra Mundial.
Atualmente, ela é muito usada por trabalhadores de usinas na região e rota de caminhões que transportam cargas entre os dois estados.
De acordo com o diretor técnico de Igarapava, a manutenção da ponte é responsabilidade do governo federal.
“O ideal seria ter um técnico especialista nisso para avaliar e alguém do órgão responsável, que no caso seria o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura) ou o Ministério dos Transportes. Eles virem e fazer essa avaliação, ou a concessionária Entrevias, porque faz divisa com a ponte a concessão deles, fazer essa avaliação completa.”
Situação da Ponte de Ferro sobre o Rio Grande, entre Igarapava (SP) e Delta (MG)
Lindomar Cailton/EPTV
O coordenador da Defesa Civil de Delta, Williams Jésio, afirma que é preciso entender a gravidade da situação para adoção de medidas.
“A gente tem que entender o grau que está tomando a proporção desse risco. Aí a gente pode acionar para interditar e dar outra via como opção para os munícipes que utilizam.”
Segundo Menezes, um ofício será enviado à concessionaria Entrevias e ao DNIT.
“Como tem a concessão, a gente vai oficiar eles para fazer essa avaliação se fecha a alça de acesso até a ponte e o DNIT, para fazer essa avaliação de interdição [total] ou não.”
Ponte de Ferro sobre o Rio Grande, entre Igarapava (SP) e Delta (MG), é usada por caminhoneiros e trabalhadores de usina
Lindomar Cailton/EPTV
Discussão sobre responsabilidade
Em nota, o DNIT informou que a ponte não é de responsabilidade da autarquia, e, sim, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Por sua vez, a ANTT disse que o trecho é estadual, portanto, de responsabilidade dos governos de Minas Gerais e São Paulo.
A Agência de Transporte do Estado de São Paulo disse que a interdição foi feita pela Defesa Civil de Delta.
Já a Defesa Civil de Delta disse que uma nova vistoria será feita nesta quarta-feira (5) com uso de barcos, para avaliação na parte debaixo da estrutura.
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