Santa Cruz tem 70 pontos de deslizamentos, revela coordenador da Defesa Civil

Na manhã desta quarta-feira, 5, o novo coordenador da Defesa Civil de Santa Cruz do Sul, o coronel Cesar Eduardo Bonfanti, concedeu entrevista ao programa Estúdio Interativo, da Rádio Gazeta FM 107,9. Na ocasião, abordou o trabalho já feito no setor e as medidas que deverão ser tomadas, principalmente, em relação aos eventos climáticos como vendavais, granizo, enchentes e deslizamentos.

Uma das questões apontadas por Bonfanti foi em relação aos pontos críticos que podem ser atingidos em eventos climáticos extremos. Ele citou áreas como o Bairro Várzea e a região de Navegantes, historicamente atingidos por enchentes; e o Bairro Belvedere, onde o problema se acentuou nos últimos meses. Nesse último, o coordenador da Defesa Civil reforçou que o local é uma prioridade do prefeito Sérgio Moraes (PL), recebendo intervenções como novas bocas de lobo, reformas para dar mais sustentação aos muros e retirada de árvores. Além disso, estudos estão sendo feitos para detalhar a situação.

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No entanto, o coronel salientou que outros locais também acabam sendo afetados. “Nós sempre trabalhamos nesses pontos, mas já identificamos nesse último evento de maio que nós temos em torno de 70 pontos de deslizamento só em Santa Cruz do Sul. Claro que tem outros que podem surgir. O próprio Acesso Grasel, eventualmente tem um deslizamento, mas agora teve um deslizamento grande. Pode acontecer novamente? Pode. Pode ser em outros lugares também”, comentou.

Um dos estudos está sendo realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), vinculado ao governo federal. Pesquisadores fazem um levantamento das áreas com risco de inundações e movimentos de massa no município, avaliando as condições de vulnerabilidade das comunidades, como parte do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). Eles chegaram a Santa Cruz na última segunda-feira, 3, e continuarão suas atividades nas próximas semanas, com participação da Defesa Civil e líderes comunitários.

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“O conhecimento e as informações que eles passam para nós certamente vão servir, e muito, para nós entendermos melhor a realidade do que nós vemos muitas vezes de forma superficial. A gente tem uma área do Cinturão Verde que nós olhamos de forma bem superficial. Eles estão entrando, estão vendo, estão perfurando muitas vezes, vendo qual é a capacidade de deslizamento daquele local”, pontuou Bonfanti.

Aplicativo é possibilidade para orientar a população

Bonfanti frisou que o trabalho realizado pela Defesa Civil é preventivo. “A principal importância é levar essa comunicação, o aviso que vai acontecer tal evento climático, como um granizo ou uma enchente, e retirar as pessoas com segurança. O risco maior está em fazer o salvamento. Não é fácil você retirar 50, 100 famílias de um local onde já tem um nível de água elevado”, afirmou.

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Para isso, ele citou que o trabalho inclui desenvolver algum aplicativo que permita que as informações sejam levadas de forma mais rápida e precisa à população, como em situações em que seja necessária a saída de pessoas das suas casas. No entanto, reforça que também é importante conversar com as comunidades. “Não adianta só levar o aplicativo. Você recebe a informação do celular, você olha e já vai ver outra coisa. Ele tem que saber que aquela informação que vai receber do celular da Defesa Civil do município, da Defesa Civil do Estado, é algo que deva se preocupar e quais as ações deve tomar para sair dessa situação de risco e para onde ele pode ir”, explicou o coronel.

Ainda em relação à prevenção, Bonfanti informou que muitos pluviômetros e réguas de medição de níveis de água acabaram sendo levados no município. Os equipamentos estão sendo repostos por meio do governo federal. O coordenador da Defesa Civil frisou a importância das estruturas a nível regional, visto que é preciso monitorar o que acontece na parte mais alta do Vale do Rio Pardo, como em Boqueirão do Leão, Sinimbu e Herveiras.

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Necessidade de estruturação da Defesa Civil

Uma das mudanças administrativas realizadas no primeiro mês do governo de Sérgio Moraes foi a realocação da Defesa Civil Municipal junto ao gabinete do vice-prefeito Alex Knak. Bonfanti destacou a necessidade de estruturar o órgão, algo que, em sua avaliação, não vinha acontecendo. “A Defesa Civil tem um trabalho de organização das estruturas do município em caso de um evento climático. Se deu um granizo, não é somente a Defesa Civil que vai atuar, nós temos outras secretarias que também têm um papel fundamental no atendimento às comunidades”, apontou o coordenador. Ele também citou que o plano de contingência do município está sendo readaptado e deve ser apresentado aos secretários até março.

Para o coordenador, ter uma Defesa Civil estruturada também facilita a chegada de verbas. “A busca por recursos depende fundamentalmente da capacidade técnica da equipe. Se nós tivermos profissionais ali que entendam a dificuldade do município, as necessidades do município, nós poderemos fazer projetos bem elaborados, com justificativas, e buscarmos esses recursos tanto no governo estadual quanto no federal”. Para isso, cita a contribuição de outras áreas, como secretarias que tenham conhecimento na área ambiental e geólogos, além da comunidade.

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Como um exemplo da parceria com outras pastas municipais, Bonfanti cita a Secretaria de Desenvolvimento Social e Inclusão em relação ao acolhimento das famílias atingidas. “Estamos trabalhando e esperamos nos próximos meses ter um local com colchão, cama, travesseiro, cobertor. Talvez um local de acolhimento em que as pessoas saiam de suas casas e tenham um local adequado para pelo menos passar uma semana, duas semanas, até ter um novo local de moradia”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o coronel Bonfanti:

Rádio Gazeta · Coordenador da Defesa Civil, Coronel Cesar Eduardo Bonfanti – 05/02/2025

Colaboraram Carina Weber, Lucas Malheiros e Marcio Souza

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