Justiça impede paralisação da Usaid e bloqueia medidas de Trump

A Justiça de Washington determinou, nesta sexta-feira (7), o bloqueio temporário da paralisação da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), responsável por cerca de 40% da ajuda humanitária global. A decisão, proferida pelo juiz distrital Carl Nichols, impede que o governo de Donald Trump avance na medida e afaste cerca de 2,2 mil funcionários por meio de licença administrativa.

Além de suspender o afastamento dos servidores, a liminar também bloqueia a realocação de trabalhadores humanitários que atuam fora dos EUA. A decisão do magistrado foi tomada após a análise de recursos apresentados por dois sindicatos que representam os funcionários da agência.

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Trump defende fechamento da agência e recebe apoio de Musk

Trump voltou a defender o fechamento da Usaid, que atua em mais de 120 países. “A CORRUPÇÃO ESTÁ EM NÍVEIS RARAMENTE VISTOS. FECHEM-NA!”, escreveu o republicano em sua rede social, a Truth Social, porém sem apresentar provas.

O bilionário Elon Musk, que lidera o Departamento de Redução de Gastos do governo, conhecido pela sigla Doge, apoiou publicamente o presidente. “Sim, senhor presidente!”, respondeu Musk, alegando que a Usaid é um “ninho de víboras de marxistas da esquerda radical que odeiam os Estados Unidos”.

Após as declarações, letreiros da agência foram removidos da sede do órgão, em Washington. O afastamento dos funcionários estava programado para começar à meia-noite de segunda-feira. Além disso, Trump ordenou o retorno de milhares de servidores que trabalham no exterior e congelou a ajuda humanitária internacional.

O projeto de redução da Usaid prevê uma demissão em massa, reduzindo o quadro de funcionários de 10 mil para menos de 300 servidores, segundo informações do The New York Times.

Impactos e críticas à medida

Os Estados Unidos destinam aproximadamente US$ 58 bilhões (cerca de R$ 334 bilhões) para assistência internacional, tornando-se o maior doador do mundo. No entanto, esse valor representa apenas entre 0,7% e 1,4% do orçamento total do governo, segundo o Pew Research Center.

A ex-embaixadora dos EUA na ONU e ex-diretora da Usaid durante o governo de Joe Biden, Samantha Power, criticou duramente a tentativa de desmonte da agência. “Essa dissolução de fato constitui um dos piores e mais caros erros de política externa da história americana. Ameaça milhões de vidas e milhares de empregos nos Estados Unidos, e compromete seriamente nossa segurança nacional e influência no mundo”, afirmou.

Desde o retorno à Casa Branca, Trump tem promovido cortes drásticos na máquina pública e adotado medidas para reduzir gastos do governo. No entanto, algumas dessas decisões já foram contestadas na Justiça e suspensas por tribunais.

Repercussão internacional

Além das controvérsias envolvendo a Usaid, Trump impôs recentemente sanções contra integrantes do Tribunal Penal Internacional (TPI), em represália a decisões da corte sobre Israel. Na Holanda, o presidente do TPI, Tomoko Akane, classificou as sanções como “ataques graves” à ordem internacional e aos Estados-membros da instituição. A medida gerou repúdio de 79 países, incluindo o Brasil.

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