Lula fala em déficit no final de governo Bolsonaro, mas houve superávit de R$ 54,1 bi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevistas nesta semana, que o seu antecessor deixou um déficit ao final da gestão. Lula declarou que Jair Bolsonaro (PL) terminou o mandato com um déficit de 2,6%. No entanto, o último ano da gestão de Bolsonaro terminou com um superávit de R$ 54,1 bilhões.

“Bolsonaro estava com a máquina na mão… Deixou um déficit de 2,6% para mim. Deixou um déficit. E o nosso déficit agora foi de 0,09%”, disse Lula, em entrevistas realizadas nesta semana. De fato, o último ano de gestão de Bolsonaro, 2022, registrou um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa R$ 54,1 bilhões.

Por outro lado, a gestão de Lula enfrentou déficits em 2023 de 2,1% e em 2024 de 0,4% do PIB.

Para afirmar que houve déficit no último ano de gestão de Bolsonaro, o Ministério da Fazenda mudou a metodologia do cálculo do resultado fiscal estrutural. Ao contrário do cálculo original, essa medição apura o saldo das contas públicas sem influências transitórias, incluindo questões atípicas.

Por exemplo, questões como a pandemia da Covid-19 ou os gastos para reconstrução de cidades no Rio Grande do Sul após as enchentes do último ano. 

Em 2024, as contas públicas apontaram um déficit de R$ 44 bilhões, mas seria de R$ 11 milhões sem os investimentos no estado gaúcho. Na pandemia, o governo Bolsonaro teve déficit de R$ 985,4 bilhões em 2020, com os gastos para pagamento do auxílio emergencial.

No final do ano passado, o Tesouro Nacional apontou que todos os quatro anos de mandato de Lula poderão apresentar déficit, segundo o Relatório de Projeções Fiscais. Apenas em 2027 há possibilidade de registrar superávit.

De acordo com a projeção, em 2025, as contas públicas podem atingir um déficit de 0,4% do PIB, e no ano seguinte, de 0,1%.

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