Francisco Teloeken: “Cinco passos para lidar com o aumento de preços”

Nas últimas semanas, o que mais se ouvia nos telejornais e se lia em jornais e sites da internet era sobre a disparada da cotação do dólar. Enquanto especialistas diziam que a causa era a falta ou perda de confiança do “mercado” no Brasil porque o governo federal estava gastando demais ou que o presidente Lula estava falando bobagens e reclamando sem motivos do aumento dos juros pelo Banco Central; outros diziam que era pura especulação de investidores.

O fato é que, sem que houvesse alguma mudança significativa, o dólar voltou à cotação de R$ 5,75. Parece que quem elegeu a especulação como causa principal da disparada do dólar estava certo, ainda mais que, conforme pesquisa do UOL, 95% das previsões do tal de “mercado”, que ninguém sabe quem é, acabam sendo erradas.

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Com a taxa dos juros básicos da SELiC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) mais alta – a segunda mais alta do mundo -, e dólar nas alturas, a inflação voltou com força, sendo mais sentida em alguns itens de alimentação. O presidente sugeriu que as pessoas deixassem de comprar itens mais caros e adquirissem outros mais baratos. Na verdade, as pessoas já fazem isso: nesses dias, por algum motivo, o abacate, por exemplo, estava sendo vendido, em mercados locais, por R$ 35,00 o quilo. Era comum ver as pessoas, vendo o preço, devolverem a fruta à respectiva gôndola.  

Neste contexto, Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira postou o vídeo Selic, inflação, combustível – 5 passos para lidar  com aumento de preço, disponível no youtube, em que sugere como se preparar paras manter o equilíbrio financeiro  neste tempo de inflação mais alta:

  • 1) Ter consciência financeira: conhecer seus números financeiros, registrando receitas e despesas; começar com o diagnóstico financeiro que consiste, durante 30 a 60 dias, anotar, numa simples folha de papel  ou preencher uma planilha de computador ou aplicativo, todas as receitas e despesas, desde pequenos  gastos até as prestações do imóvel ou do carro; ao mesmo tempo, levantar  as dívidas vincendas e já vencidas, levando em conta os encargos que cada uma carrega (juros mais altos, multas), prazos de vencimento, possibilidade de ter que entregar o bem ou até corte de serviços, como da energia elétrica. Lembrar dos  gastos anuais previstos para os primeiros meses do novo ano, como IPVA, IPTU, material  escolar etc. Com este levantamento, já é possível  ter uma ideia da situação financeira pessoal ou familiar, como também fazer ajustes necessários, reduzindo, substituindo ou  eliminando gastos.
  • 2) Reunir a família: as famílias costumam reunir-se por diversos motivos desde datas especiais (Natal, Ano Novo, Dia das mães, dos pais, das  crianças), passando por aniversários e até por velórios, mas raramente para discutir as finanças da família; é o momento de a família educar-se financeiramente.
  • 3) Montar um orçamento financeiro: durante a vida, aprendemos e usamos um orçamento básico que consiste em tomar o valor dos ganhos e deduzir os gastos; se sobrar, faz-se alguma coisa com o dinheiro, nem que seja para gastar; se faltar, busca-se algum crédito para cobrir.

Já o orçamento da DSOP usa a metodologia que visa os sonhos. É formatado da seguinte maneira:

Ganhos:

  • (-)  aposentadoria – valor do investimento para longevidade (em previdência privada, por exemplo);
  • (-)  sonhos (valores para a  compra de algum bem, viagem, curso etc);
  • (-)  prestações (dívidas de prestações de carro, financiamento de imóvel,  condomínio etc);
  • (-)  reserva estratégica (valor de 3 a 6 vezes dos gastos mensais para imprevistos ou oportunidades);
  • (=) gastos (valor previsto para conta de energia, água, supermercado etc); este é o valor do padrão de vida pessoal ou familiar.

4) Definir estratégias para reduzir gastos e realizar sonhos: na reunião familiar, revisar gastos, identificando excessos e desperdícios que geralmente existem no dia a dia e que passam despercebidos; na mesma reunião, apurar os sonhos individuais e coletivos, respondendo a algumas questões:

  • a) quais são os sonhos individuais e coletivos?
  • b) quanto custa a realização de cada um deles?
  • c) em quanto tempo querem realizá-los?
  • d) quanto vão poder guardar por mês para realizar cada um dos sonhos?
  • e) de onde vão tirar o dinheiro que faltar? Pode começar com o a diminuição de excessos ou desperdícios de gastos que podem significar poupança de recursos.
  • 5) Colocar em prática:

Muitas pessoas, principalmente políticos de oposição, criticaram e até ridicularizaram a fala do presidente para que os consumidores trocassem produtos mais caros por outros mais baratos. Tem quem pensa que não cabe ao presidente da república fazer esse tipo de comentário. Entretanto, mesmo não gostando do presidente Lula ou até tendo raiva dele, não deixa de ser uma sugestão que pessoas de bom senso já praticam e educadores financeiros recomendam.

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Achar que a inflação é apenas decorrente do excesso de gastos do governo federal, como afirmou o presidente da Câmara, Hugo Motta, é ignorar, por preguiça de pensar ou outro motivo, às vezes até inconfessável, de que existem outras variáveis como problemas climáticos que podem reduzir a oferta de algum produto ou o próprio consumidor que não faz a sua parte, comprando produtos que estão com preços bem acima do usual. No caso do abacate, por exemplo, citado anteriormente, que, nas últimas semanas, estava custando R$ 35,00 o quilo, ontem podia ser comprado a menos de R$ 9,00 o quilo. Talvez com algum caso pontual, todos sobreviveram sem o abacate durante alguns dias.

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