Onde o relógio anda diferente

A humanidade vive em um ritmo frenético. Tudo tem que ser para ontem; o que for providenciado para agora já está ultrapassado e se deixar para fazer amanhã, nem precisa ser feito. Esse cotidiano de atropelos faz com que se tenha a sensação de que o tempo anda mais rápido, agora, do que outrora. Será? Minha tese sobre essa percepção de que o ponteiro do relógio está exausto de tanto que corre culpabiliza o primeiro salário. Quando você o recebe, logo gasta com orgulho de que está comprando com o resultado do seu suor. Ele acaba e você fica na torcida pela chegada do próximo quinto dia útil, e o puxa com vontade.

Mas tem muita gente que não vive à espera do próximo salário, até porque não recebem um valor fixo mensal como os celetistas. Eles passam seus dias em um outro ritmo, tendo que esperar não o quinto dia útil, mas o fim da próxima safra e isso pode demorar meses. São homens e mulheres que vivem do campo, da criação de animais e do resultado da plantação. Ele nem sempre é garantido, como o de quem trabalha com carteira assinada, mas certamente é resultado de muito suor, de boas técnicas e até muitas orações para a chuva chegar, como cantou o Rappa, mas chegar de mansinho.

São essas pessoas as que sustentam o Brasil, enfrentando chuva ou sol, sem muito apoio, que voltamos a visitar. Desde domingo, 9, pela manhã, com os colegas Giovane Weber e Alan Toigo, estou na estrada na 10ª Expedição Os Caminhos do Tabaco. Vamos ver, escutar e contar a história dessa gente que, no lugar do ponteiro agitado do relógio, observa o passar do tempo de acordo com a chegada e a despedida do sol.

E não faltam causos a serem contados. Onde se imagina que pouco acontece há ricos ensinamentos, há quem convide, como Wilson Paim, “venha sentir a paz que existe aqui no campo, o ar é puro e a violência não chegou; o céu é bem limpo e muito verde pela frente e uma vertente que não se contaminou”. Em meio a essa natureza exuberante há muito trabalho, que deu um novo estilo de vida aos produtores rurais. Hoje, podem cantar como Délio e Delinha: “Se me chamam fazendeiro, digo: sou remediado; tenho tropa no piquete, na invernada tenho gado. Na garagem um automóvel e na cidade um sobrado”.

Você poderá conferir tudo o que tivermos a oportunidade de acompanhar, de aprender e aquilo de rotineiro ou inusitado encontrarmos. Verá na Gazeta do Sul, no Portal Gaz e ouvirá nas rádios Gazeta FM 107,9, Rio Pardo 103,5, e Gazeta Sobradinho 96,1. Poderá render essa homenagem aos fumicultores conosco, porque, como lembram Almir Satter e Paula Fernandes: “dos teus pés na terra nascem flores; a tua voz macia aplaca as dores e espalha cores vivas pelo ar”.

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