Trampos do Futuro: juventude, trabalho e conhecimento em foco

Nos dias 19 e 20 de fevereiro, o Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, recebeu o evento “Trampos do Futuro: arte, cultura e educação”, promovido pelo Itaú Educação e Trabalho, organização da Fundação Itaú. A iniciativa reuniu cerca de quatro mil jovens ao longo dos dois dias, oferecendo uma programação diversificada com palestras, oficinas e um banco de oportunidades.

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Entre as atividades, destacaram-se as oficinas práticas de robótica, conduzidas pelo Serviço Social da Indústria (SESI), e as oficinas de mídia, organizadas pelo Instituto KondZilla. Além disso, espaços de discussão foram promovidos por parceiros como o Instituto Geledés.O evento também ofereceu um espaço dedicado à preparação de currículos, com orientações para aprimorar a apresentação profissional, além de uma feira de oportunidades, que reuniu empresas e organizações, como a Fundação Roberto Marinho, Auren, Instituto Oportunidade Social, Amazon, Associação Brasileira de Empresas de Software, Magalu, Instituto Coca-Cola Brasil, entre outros.Sendo a primeira iniciativa da Fundação voltada especificamente para jovens, o evento surpreendeu pela forte adesão e pelo interesse dos participantes em temas como novas economias, questões raciais, saúde mental e inovação.O Grupo A TARDE, através do A TARDE Educação, foi convidado para o evento. À reportagem, a superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue, destacou que a resposta do público superou as expectativas.

Superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue

|  Foto: Agência Ophelia

“O que surpreende é o interesse que eles estão tendo. Em uma leitura ligeira, algumas pessoas falaram assim: ‘Não, eles vão se interessar muito pela parte prática, como a batalha de robôs, a experiência com a inteligência artificial’. Mas não. Quando você vai olhar, tem um monte de espaços onde estão tendo palestras bem ‘cabeçudas’, gente falando de experiências, falando de questões importantes e relevantes das economias do Brasil e tudo mais, a questão racial, e está lotado de gente. Precisou trazer mais cadeiras”, contou.Ela também enfatizou a sede de conhecimento dos jovens e a importância dos encontros proporcionados pelo evento.”Então o que dá pra gente ver é o seguinte: os jovens querem muito aprender, eles têm uma sede de conhecimento, eles se interessam tanto pelas experiências mais práticas, como por essas palestras e por outros contatos com outros jovens em outras situações”, acrescentou.Inoue ainda chamou a atenção para a necessidade de políticas públicas mais estruturadas para a juventude, especialmente para aqueles que não ingressam no ensino superior.”A gente tem que reforçar muito, muito, muito fortemente que nós não temos uma política pública para a juventude. Então, vocês são jovens, imagina: no dia seguinte que vocês se formaram, vocês não entraram na faculdade, para onde vocês vão? Para lugar nenhum. Onde vocês vão procurar trabalho? O cara tem só o ensino médio de uma escola pública, ele mora na periferia de uma grande cidade ou no campo, para onde ele vai? Para lugar nenhum, porque ele não sabe. O que ele vai fazer é dar a cara à tapa, sair na rua e vai procurar trabalho próximo a casa dele”, ressaltou.Outro ponto que chamou a atenção, segundo Inoue, foi o desejo dos jovens de melhorar de vida e garantir um futuro melhor para suas famílias.”Muitos falavam assim: ‘Ah, quero ser rico, quero ter dinheiro, quero melhorar de vida’. E eu falo: ‘para fazer o quê?’, a maior parte das respostas era ‘porque eu quero comprar uma casa para minha mãe’. Então, você imagina: o que o cara tá querendo é melhorar a vida da família. É isso que tá interessando. Então, dar uma perspectiva de realização é super importante, entendeu?”, contou emocionada, ressaltando a relevância da tecnologia e das questões ambientais no mercado de trabalho do futuro.“A tecnologia é uma obviedade que todo mundo sabe, mas a questão ambiental e o que ela vai trazer, e territorialmente o que ela vai propor, são coisas mais específicas […] O Brasil é um país de dimensões continentais que tem uma riqueza cultural enorme e territorializada. Quer dizer, você olha o que é que se produz em termos de música, de canto, de dança, em cada uma das regiões você vai ver o que é isso, as diferenças que tem. Então, a economia criativa é uma frente bastante relevante e importante que deve ser considerada, também porque isso confere dignidade, isso resgata as nossas raízes”, analisou.

Iniciativa reuniu cerca de quatro mil jovens ao longo dos dois dias

|  Foto: Jardiel Carvalho

Durante o evento, os jovens participaram também das arenas de conhecimento e conexão, integrando as oficinas com temas como mentorias de empreendedorismo, inteligência emocional, políticas públicas, além de rodas de conversa sobre o futuro. Entre os participantes estavam personalidades como Weverton Alves, CEO da produtora musical Top Work, a jornalista Milly Lacombe, e companhias e organizações como Auren Energia, Fundação Roberto Marinho e Unicef.No palco principal, foram realizadas palestras sobre “Como é trabalhar com” [profissões ligadas às economias do futuro]. Entre os palestrantes estavam Manuela Bernadino, fundadora da Manux; Gean Guilherme, fundador do Movimento 2050; Amanda Costa, fundadora do Instituto Perifa Sustentável e jovem embaixadora da ONU; e Camilo Coelho, diretor do Instituto Felipe Neto.

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