Lula anuncia vacina nacional e de dose única contra a dengue; Goiás enfrenta aumento no número de casos

O Brasil dá mais um passo no combate à dengue com o anúncio da produção nacional de uma vacina de dose única, que será disponibilizada a partir de 2026. O acordo, firmado entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, prevê a fabricação anual de 60 milhões de doses para atender a população elegível pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A medida foi oficializada nesta terça-feira, 25, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante o evento “SUS como alavanca da inovação e produção em saúde”, no Palácio do Planalto.

Além da vacina contra a dengue, o governo federal também anunciou projetos estratégicos para ampliar a produção nacional de imunizantes. Entre eles, estão a criação da primeira fábrica de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) de insulina na América Latina, o desenvolvimento de uma vacina contra gripe aviária e a produção de um imunizante contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O investimento total do governo nessas iniciativas é de R$ 1,26 bilhão, com recursos provenientes do Novo PAC e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Goiás registra mais de 14 mil casos de dengue 

Enquanto o Brasil avança na produção de vacinas, Goiás segue enfrentando desafios no combate à dengue. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), o estado já confirmou 14.083 casos da doença apenas neste ano, além de 29.687 notificações suspeitas. O número de óbitos confirmados chegou a cinco, com outras 34 mortes ainda em investigação.

Diante desse cenário, a vacinação se tornou uma das principais estratégias de enfrentamento. O governo estadual ampliou temporariamente a faixa etária para aplicação do imunizante entre abril e maio do ano passado, permitindo a vacinação de pessoas de 4 a 59 anos. No entanto, após a aplicação das doses disponíveis, a faixa etária voltou ao limite original de 6 a 16 anos.

Atualmente, Goiás já administrou 408.240 doses da vacina contra a dengue, sendo 302.400 referentes à primeira dose e 105.840 à segunda. No entanto, um grande desafio persiste: 163.016 pessoas estão com a segunda dose atrasada, o que representa 60,63% do grupo que deveria completar o esquema vacinal. Entre crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, a situação não é diferente. Das 366.710 doses aplicadas, 146.860 ainda aguardam a segunda dose, totalizando 61,15% de atrasos.

Preocupação com o sorotipo 3 e municípios em estado de emergência

Além do alto número de casos, uma das maiores preocupações das autoridades de saúde é o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue no Brasil, após 17 anos sem registros. Até o momento, Goiás já contabilizou quatro casos dessa variante, que pode aumentar a gravidade da doença e elevar o risco de complicações.

Atualmente, 53 municípios goianos estão em situação de emergência devido à dengue. As cinco mortes confirmadas ocorreram em Mozarlândia, Ceres, Goianésia, Heitoraí e São Simão. Outros 11 óbitos estão em análise em Goiânia, enquanto Cachoeira Alta, Iporá e Montes Claros de Goiás investigam dois casos cada. Também há mortes sob investigação em cidades como Anápolis, Campinorte, Faina, Goiatuba, Inhumas, Mineiros, Nazário, Nova Crixás e Trindade.

Brasil amplia investimentos em tecnologia para o combate à dengue

O governo federal tem adotado estratégias para conter a propagação do vírus e evitar novas epidemias. Além da produção da vacina, a atual gestão do Ministério da Saúde está investindo em novas tecnologias para prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Entre as principais iniciativas, destacam-se o método Wolbachia, que introduz uma bactéria nos mosquitos para reduzir sua capacidade de transmitir a dengue, e as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), que ajudam a controlar a população do vetor de forma sustentável.A ministra Nísia Trindade destacou que o Brasil foi pioneiro na oferta da vacina contra a dengue como política pública e que os novos investimentos permitirão ampliar a imunização no país. “A gente espera, em dois anos, vacinar toda a população elegível. Por enquanto, os idosos não poderão tomar vacina, porque, quando as vacinas são testadas, temos sempre cuidado com a população idosa”, afirmou.

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