Até quando Lula vai ignorar instituições financeiras e seguir ampliando gastos do governo? 

As políticas sociais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão na mira de economistas e representantes do mercado financeiro desde a sua campanha em 2022. Não é segredo para ninguém que a prioridade do petista está em garantir políticas públicas voltadas para os grupos mais vulneráveis da população, mesmo que a responsabilidade fiscal esperada por instituições financeiras nacionais e internacionais fique em segundo plano. A questão que fica é: até quando Lula conseguirá ignorar esses agentes do chamado mercado e seguir incrementando os gastos do governo? 

Não que a intenção deste artigo seja questionar a necessidade de programas sociais como o Pé-de-Meia, Farmácia Popular ou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O ponto é, até quando Lula consegue ignorar as taxas de juros e inflação crescentes, desassociando esses fatos da crescente de gastos do governo?   

Lula ignora recomendações e segue ampliando os gastos do governo, comprometendo parcela ainda maior do orçamento federal. Apesar das orientações do Legislativo, do Banco Central, e da crescente desconfiança do mercado financeiro internacional, o presidente brasileiro segue anunciando medidas populistas, ignorando a crescente dívida pública.

Para Cristiane Schmidt, ex-secretária da Fazenda de Goiás e vice-presidente da Associação Brasileira de Direito e Economia, existe um “descasamento entre política fiscal e monetária” e “responsabilidade social só é possível de fato quando você tem responsabilidade fiscal”. 

Para  o economista Diego Dias, o crescimento de índices como PIB e a taxa de emprego se baseiam na injeção de capital na economia feita pelas políticas públicas de Lula. O medo do especialista é que esse crescimento não se sustente por si só no longo prazo, e para isso “precisamos de outras políticas públicas e outras políticas econômicas para estar, de fato, crescendo de uma forma sustentável”. 

Em diversas ocasiões, o presidente realizava falas públicas dizendo que, por exemplo, “toda vez que a gente está cuidando de fazer política social, é  tratado como gasto” e “por mim, não teria teto de gastos”. A cada sinalização do chefe do Executivo Federal, instituições do mercado financeiro reagem com aumentos de taxas e juros que atingem o cotidiano do cidadão. 

O impacto dessas medidas pode de fato não ser exatamente como pintado por esses agentes financeiros, entretanto é inegável que existem consequências. Seja um endurecimento da postura do Congresso Nacional com relação às políticas financeiras propostas pelo petista, seja um aumento da taxa de juros pelo Banco Central ou uma crescente da inflação. De uma forma ou de outra, a postura do atual Governo Federal parece ter mais consequências no cotidiano da população do que esperado por Lula. 

“Conheço a gana especulativa do mercado”, afirma o presidente ao responder questões ligadas à responsabilidade financeira. O petista fala em buscar estabilidade fiscal, menor déficit, mas as poucas medidas de restrição de gastos não dão os resultados necessários para alavancar a popularidade da gestão. 

Enquanto isso, as altas das taxas de juros e da inflação (e consequentemente dos preços no cotidiano do cidadão), somada ao discurso bem ensaiado de parte relevante da imprensa e de instituições do mercado financeiro, levam a uma baixa na popularidade do petista. Por mais que os riscos da alta de gastos com políticas sociais não tenham as consequências tão intensas quanto previstas, a imagem do presidente é inegavelmente afetada por esse movimento, e isso pode custar caro em 2026. 

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