Mercado imobiliário do DF apresenta alta de 21% no volume de vendas em 2024

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O volume geral de vendas (VGV) do mercado imobiliário do Distrito Federal em 2024 apresentou um aumento de 21,64% em relação a 2023. No ano passado, foram vendidas no DF 5.653 unidades imobiliárias, o que gerou um volume de vendas de R$4,44 bilhões. Já em 2023, foram vendidas 5.156 unidades, que totalizaram um valor de R$3,65 bilhões. Os dados são do Anuário do Mercado Imobiliário – Panorama 2024, da quadraimob.

Conforme levantamento, o volume de vendas de 2024 foi o segundo melhor valor da fase histórica desde 2009, ficando atrás apenas do ano de 2010 que gerou um volume total de vendas de R$5,42 bilhões no período. O Anuário foi apresentado nesta quinta-feira (27) pela quadraimob no auditório do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon). 

O sócio diretor da quadraimob, Rogério Oliveira, destacou que desde 2018 o mercado imobiliário do DF tem apresentado alta no volume de vendas. “Depois da pandemia, principalmente, vimos uma procura muito maior pelos imóveis. Tem a ver com o comportamento das pessoas que com a pandemia passaram a dar mais valor à moradia e pensaram em trocar de imóveis, além de está associado a estabilidade econômica e taxas de juros menores nos anos de 2020, 2021 e 2022. Até o ano passado, o volume de vendas foi crescendo ano a ano”, comentou. 

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Rogério Oliveira, sócio e diretor da quadraimob Crédito: Carolina Freitas

Em relação aos lançamentos, em 2024 foram lançados 39 empreendimentos imobiliários no DF, o que representa um total de 5.454 unidades. Os dados mostram que o setor vendeu mais imóveis do que lançou no ano passado, sendo considerados o número de empreendimentos lançados em 2024 e os que ficaram disponíveis para venda no fim de 2023.

“Mesmo tendo lançado menos empreendimentos, o mercado imobiliário vendeu mais, isso traz um equilíbrio para o setor. Isso é bom, todos os especialistas do mercado consideram isso porque é uma maneira de equilibrar a oferta com a demanda. Se o mercado lançar mais do que vende, a oferta e estoque vai crescer e isso não é saudável para o mercado”, frisou Oliveira. 

“Quando o mercado percebe que está tendo muita unidade em oferta é natural que as construtoras tirem um pouco o pé do acelerador e os lançamentos diminuam um pouco, para assim manter um equilíbrio entre oferta e demanda no DF”, explicou Oliveira. “Quando o estoque [imóveis já disponíveis] é consumido em um ano e meio ou dois anos, consideramos que é um mercado saudável, e é o que tem no DF hoje”, acrescentou. 

Todos os lançamentos de 2024 foram residenciais e mistos. Os maiores lançamentos do segmento de alto padrão ocorreram no Noroeste com sete lançamentos, totalizando 469 unidades. No segmento de médio padrão, a região de Águas Claras se destacou, com oito empreendimentos, formando 981 unidades. Já no segmento econômico, o destaque foi para Samambaia, com quatro lançamentos e um total de 779 unidades. 

Outro ponto analisado no Anuário são as unidades em oferta no DF, ou seja, quantas estavam disponíveis para comercialização até dezembro de 2024. No total, a capital federal conta com 8.432 unidades disponíveis para venda, sendo que dessas 7.932 são residenciais e 500 comerciais. Do total de unidades disponíveis, 1.957 estavam prontas até o fim do ano passado e 6.457 em construção. As regiões administrativas que mais contam com unidades à venda são Águas Claras (2.550), Noroeste (1.503) e Samambaia (739). 

Perspectivas para 2025

Rogério Oliveira, sócio diretor da quadraimob, ressalta que há uma preocupação do mercado imobiliário em relação ao ano de 2025. “Muitas pessoas falam que será um ano desafiador por conta do aumento da taxa de juros. À medida que a Selic aumenta, naturalmente as taxas de juros do crédito imobiliário também aumentam, sendo ruim para o setor. Quando a taxa de juros aumenta, diminui a capacidade de compra das pessoas, então, teoricamente veríamos uma diminuição no volume de vendas”, comentou.

Mesmo com a alta da taxa de juros, a expectativa é que o mercado imobiliário do DF siga em crescimento. “O mercado do DF não vai passar ileso, mas é um mercado que tem tudo, ao contrário de muitas capitais do Brasil, para crescer também em 2025. Brasília é uma cidade que tem uma renda per capita alta, com uma renda formal, sendo pessoas que têm estabilidade no emprego. Por isso, o cenário é promissor mesmo com os desafios”, completou Oliveira. 

O presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI-DF), Roberto Botelho, esteve presente no evento e analisou os dados do setor como positivos. “Foi muito interessante ver o Anuário, ele mostra que o mercado imobiliário do DF é saudável, tem a quantidade de estoque [de empreendimentos] para atender a demanda, sem excesso e falta. Estamos com um equilíbrio muito bom”, comentou. 

“Quando o mercado está instável, como estamos hoje, o imóvel tem a vantagem de ser um investimento muito seguro. Para quem tem dinheiro, o melhor lugar para colocar ele é no imóvel, sendo mais seguro do que deixar na conta bancária que a inflação come. Mesmo com todos esses desafios que tem na economia do Brasil, sempre vemos que o mercado imobiliário continua numa boa, e esse ano pensamos da mesma forma”, frisou Botelho

O presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior, também acredita que 2025 será um ano promissor para o setor. “Mais uma vez, a quadraimob realiza um evento de muito sucesso. Sua inteligência de mercado nos traz dados importantes sobre as vendas e os lançamentos em 2024, bem como as tendências do mercado imobiliário neste ano. Será um ano desafiador, especialmente pela tendência de aumento das taxas de juros, mas, com a resiliência e a maturidade das empresas que aqui atuam, somadas à alta demanda por imóveis, acreditamos que ainda teremos um ano de muitas vendas”, disse. 

Durante o evento também foram premiadas as empresas do DF que mais lançaram e mais venderam em 2024, além das instituições financeiras que mais financiaram obras e os arquitetos que mais lançaram projetos. “É um momento de reconhecimento, de valorizar e prestigiar as empresas e empresários que fizeram de fato o mercado acontecer”, salientou Rogério Oliveira, sócio diretor da quadraimob. 

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