Apesar da homenagem, Banda Mel pede mais espaço para o axé music

A Banda Mel, um dos ícones da história da música baiana, subiu ao palco no Pelourinho nesta sexta-feira, 28, para uma apresentação cheia de axé no segundo dia oficial do Carnaval de Salvador. Com um repertório que remonta aos primeiros sucessos da axé music, a banda trouxe aos foliões uma verdadeira viagem no tempo, celebrando 40 anos de carreira.Este ano, a Banda Mel comemora também quatro décadas com a mesma energia e vitalidade que a caracterizaram desde seus primeiros passos. Márcia Short e Robson Morais trazem como uma das músicas de trabalho para o Carnaval 2025 a musica “Olodum Reggae Blues”.Marcia celebrou o show e o momento atual da axé music, destacando a importância do Olodum nos primórdios da cultura musical baiana.“A gente resistiu durante esses quarenta anos, no território mais preto fora da África. Então, a gente faz uma música percursiva, uma música que tem uns tambores no protagonismo, que traz as mulheres, que traz as pessoas em situação de vulnerabilidade, porque essas baterias, os blocos afros, elas acolhem, elas agregam muito, são muitas camadas da fé. Então a gente está celebrando de verdade, botando coração pra jogo e alegria na pista, a gente tem que celebrar”.Ela afirma ainda que é muita resistência, é muita luta, é muito amor envolvido. “Então é um momento de festa, poder homenagear, o Olodum está com a Banda Mel desde os primórdios. Tem essa polêmica de quem cantou o faraó primeiro, acho que Faraó é um refrão que emana do povo, que saiu da quadra do Olodum. Então, Olodum é um grande mestre dessa festa e faz parte desse processo. O Olodum está antes da Axé. O samba reggae, o axé é tudo uma coisa só, o Olodum é o nosso eterno homenageado, Olodum, Ilê Aieê e os blocos afros são pai de todo esse movimento real”, disse a cantora.

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Robson ressaltou ainda a importância dos artistas que impulsionam a axé music e não conseguiram espaços no Carnaval de Salvador este ano.“Ainda tem muita gente de fora, muita gente não conseguiu datas no Carnaval, palcos pra se apresentar, pra ganhar o seu dinheiro de ser honesto. Muita gente depende exclusivamente do Carnaval pra sobreviver o resto do ano. Tem muita gente boa ainda entregando um trabalho de qualidade em alto nível. Eu poderia falar um monte de pessoas aqui. Olha como a gente está entregando. Será que a gente está entregando bem? Eu acho que sim. Então tem muitos outros, assim como nós, entregando muito bem também, que precisam ter um espacinho pra trabalhar. Alguns ainda desconhecidos, que podem se tornar artistas talentosíssimos, e muito conhecidos trazem um legado bacana. Mas artistas pouco tem uma agenda absurda, enorme enquanto outros que fizeram tanto pela nossa música, pela nossa cultura estão asem conseguir um espaço. Eu passei por isso alguns anos atrás e não é legal”, pontuou o artista.

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