Ajustes em fantasias e absorvente para amortecer peso de chapéu e guindastes: os bastidores da concentração das escolas de samba em SP


O g1 acompanhou nesta sexta-feira (28) o que acontece nas horas que antecedem os desfiles das escolas de samba do grupo especial no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Ajustes nas fantasias são feitos na concentração
Paola Patriarca/g1
Eram 21h30 e a correria tomou conta na área de concentração no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, nesta sexta-feira (28).
A velha guarda tinha acabado de sair para o desfile às 21h. Minutos depois, a área estava liberada, momento perfeito para a escola de samba Colorado do Brás se preparar para abrir o primeiro dia de desfiles do grupo especial.
Empilhadeiras e guindastes começaram a tomar conta do espaço para ajudar as musas e integrantes a se posicionarem nos carros alegóricos e abre-alas. Eram gritos como: “Cuidado, vamos, vamos”.
Ao lado de um dos carros alegóricos estava Taniel Moreira, apoio de destaque, sambando e gritando: “É isso aí, está tudo certo”.
Ao g1, ele contou que mora em Batatais, interior paulista, e estava acompanhando três musos de destaques da escola Colorado do Brás e um de destaque da escola de samba Mancha Verde.
Ele afirmou que é o responsável por ajudar com as fantasias dos integrantes e garantir que tudo está bem. “Saí de Batatais era 6h e cheguei 14h. Eu ajudo na criação das fantasias e na montagem. É o meu quarto ano já. É uma loucura, correria, mas gratificante.”.
Taniel Moreira, apoio de destaque
Paola Patriarca/g1
Fernanda Reis Licatti e Lucinne Viani são do bairro Ipiranga, ficaram amigas na aula de dança e desfilaram pela primeira vez no carnaval de São Paulo. Momentos antes do desfile, elas estavam fazendo últimos ajustes nas fantasias, algo que acontece muito antes da entrada na avenida.
“Estamos arrumando aqui esses ajustes e ansiosas pra desfilar. Somos do bairro Ipiranga e primeira vez que estamos no carnaval. Esses momentos que antecedem o desfile são incríveis”, disse a dupla.
Fernanda Reis Licatti e Lucinne Viani
Paola Patriarca/g1
E na concentração também é possível encontrar integrante preparando seu kit “socorro” da fantasia.
Vânia Bervenuto desfila há 10 anos na Barroca Zona Sul ao lado da mãe Maria de Lurdes Bervenuto na ala das baianas. Embaixo da fantasia, ela tem um segredo: carrega uma bolsa com agulha, tesoura, cordão e absorvente (veja vídeo abaixo).
“Se acontecer qualquer coisa na fantasia a gente pega aqui a bolsa. O absorvente é pra colocar no chapéu e não machucar tanto a cabeça. Ajuda demais”.
Preparativos para o desfile da Colorado do Brás na 1ª noite de desfiles do carnaval em SP
Vânia diz que em 2023 passou perrengue durante o desfile porque o suspensório de sua fantasia quebrou. “Estava chovendo muito. O suspensório das baianas quebrou por causa do peso e tivemos que ir segurando em toda a avenida. E choveu muito nesse dia”, relatou.
Ela ainda contou que sempre quando acaba o desfile há desespero para tirar a fantasia. “Geralmente uma ajuda a outra porque do meio pro final todo mundo fica acabado. Mas sempre é uma alegria e algo que vale a pena”.
Vânia Bervenuto desfila há 10 anos na Barroca Zona Sul ao lado da mãe Maria de Lurdes Bervenuto na ala das baianas.
Paola Patriarca/g1
Jamile Casotti e Ana Carolina Bastos também estavam se arrumando na concentração antes do primeiro desfile começar na sexta.
Elas contaram ao g1 que trabalham com crianças neurodivergentes e que sempre gostaram de escolas de samba. Foram, então, convidadas pelo pai de um paciente a desfilarem na Colorado do Brás.
As amigas revesavam para segurar os assessórios de cabeça, uma vez que não tinham onde apoiar — o carro alegórico estacionado ao lado delas, ainda fora de posição, não era uma opção, já que poderiam tomar bronca dos dirigentes da escola.
Francine Tonuci e Rafael Ferreira são de Rio das Pedras, no interior de São Paulo, e resolveram conhecer o carnaval “de dentro pra fora”.
Mesmo com calor dentro da fantasia, eles relataram que preferiam não tomar água perto do desfile para não dar vontade de ir ao banheiro.
Jamile Casotti, Ana Carolina Bastos, Francine Tonuci e Rafael Ferreira
Renata Bitar/g1
E faltando cinco minutos para o primeiro desfile, muitos aproveitaram para rezar e fazer sinal da cruz. As musas também checaram se as sandálias estavam presas, os apoios conferiram se todos estavam organizados corretamente.
Um minuto antes do desfile, o grito: “só alegria”. E todos partiram rumo à avenida.
Guindastes e empilhadeiras são usados para posicionar integrantes nos carros alegóricos
Paola Patriarca/g1
Preparativos para o desfile da Colorado do Brás na primeira noite de desfiles do carnaval em SP
Paola Patriarca/g1
Momentos antes do desfile da escola de samba Colorado do Brás
Paola Patriarca/g1
Momentos antes do desfile da escola de samba Colorado do Brás
Paola Patriarca/g1
Você sabia que o projeto de um carro alegórico pode demorar em torno de 7 meses?
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