Treino é treino, jogo é jogo

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João Luiz da Fonseca

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Um breve panorama do que poderá vir a ser a melhor temporada de Fórmula 1 de todos os tempos foi traçado no Bahrein, onde pilotos e equipes tiveram a primeira oportunidade oficial de entender e sentir seus novos carros, durante os três dias de testes, no Circuito Internacional de Sakhir. 

Na mídia, as notícias começaram dando conta de que o novato Antonelli de cara sacudiu o circuito e liderou a primeira sessão de quarta-feira. E coube a Norris superar um inusitado “apagão” que interrompeu temporariamente o teste e colocar a McLaren no topo na segunda sessão do primeiro dia.

Hamilton foi o mais rápido na manhã do dia 2 e Carlos Sainz o melhor nas atividades vespertinas. 

Isso levou Andrea Stella, chefe da McLaren, a se declarar  impressionado com a evolução da Williams. Segundo o dirigente, o time inglês parece o mais próximo nesse momento de se aproximar do top-4, que segue em 2025 com McLaren, Ferrari, Red Bull e Mercedes. 

Como argumento, o italiano ressaltou o ritmo da equipe principalmente no setor 2 do circuito, que reúne curvas de características diferentes. Esta área foi um ponto fraco no campeonato do ano passado com o FW46, mas as melhorias no seu novo FW47 foram impossíveis de ignorar.

Finalmente na sexta-feira, último dia do mês e de atividades em Sakhir, Charles Leclerc foi o destaque do período da manhã e a Red Bull, mostrando suas primeiras atualizações na busca por mais competitividade, fez Verstappen tentar uma variedade de configurações, combinações de asas e piso, e perdeu muito tempo de pista durante o processo.

Como consequência, George Russell ultrapassou o holandês nos momentos finais e encerrou a pré com a Mercedes no topo.

E no final das contas, as seis sessões de testes foram lideradas por seis pilotos diferentes, com Carlos Sainz, da Williams, marcando o melhor tempo geral dos três dias no Bahrein, cravando a volta mais rápida com 1min29s348. 

A dupla da Ferrari completou o ‘pódio’, com Lewis Hamilton em segundo e Charles Leclerc em terceiro.

Russell ficou em quarto, com poucos centésimos à frente de Verstappen, que fez o quinto melhor tempo no combinado.

Gabriel Bortoleto, com a Sauber – que foi consistentemente o carro menos impressionante na pista durante o teste – ficou em 18º.

No apagar das luzes, foi difícil traçar um diagnóstico de como todos realmente se saíram,  pois como sempre nesse tipo de teste, as equipes usaram configurações diferentes, e com a maior incerteza recaindo sobre o peso dos carros, principalmente devido à quantidade de combustível. 

No Bahrein, dez litros de gasolina valem 0,309 segundos em termos de tempo de volta, segundo dados estatísticos.

Até mesmo simulações de corrida, que fornecem os dados mais precisos, pois exigem que cada equipe use cargas de combustível comparáveis, chegam a ter resultados distorcidos pela hora do dia, estratégia de pneus e configurações do motor.

Além disso, os times podem ter escondido seu desempenho real para manter uma vantagem competitiva na corrida inaugural na Austrália.  

Vale então repetir a famosa frase do falecido jogador de futebol Waldir Pereira, que ficou eternizado como Didi, e aplicada na Copa de 1958: “Treino é treino, jogo é jogo”.

Então, as equipes tem agora apenas duas semanas até a prova inaugural, para definitivamente entrar no jogo e começar a fazer de 2025 uma temporada imperdível.

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