Panamá quer atrair público brasileiro para turbinar turismo

O Panamá quer ver o incremento de turistas brasileiros no país, que passaram de 72 mil para 74 mil de 2023 a 2024, a terceira maior origem, atrás de Estados Unidos e Colômbia. Para isso, o Visit Panama fez apresentações ao setor em Brasília, Porto Alegre e São Paulo nas últimas. De acordo com a gerente de comércio de viagens da entidade, Gabriella Rodríguez, o Brasil tem rotas para o país a partir de sete cidades. São 85 frequências de voos semanais com destino à Cidade do Panamá.

Conforme Gabriella, o tempo médio de estadia dos brasileiros no país é de oito dias, mas já foi bem menor. No passado, muitas vezes o turista mal saía do Aeroporto de Tocumen, usando a cidade apenas como conexão para outros destinos finais. Nos últimos anos, a Copa Airlines vem fazendo promoções de stop over – que é quando um viajante para por alguns dias em determinado destino antes de seguir para outro. “A Copa Airlines é uma companhia muito importante para as Américas. No Brasil, por exemplo, entre as estrangeiras só perde para a TAP”, comparou o embaixador do país no Brasil, Flavio Méndez.

De modo geral, o governo quer receber 2,2 milhões de pessoas este ano de todo o mundo, o que representaria um acréscimo de 10% ante 2024. O turismo representa 6,7% do PIB panamenho e a intenção agora é a de que o turista não apenas visite o Canal do Panamá e a capital, cidade que leva o mesmo nome do país, que são os atrativos mais conhecidos. Simpósios como o que ocorrem no Brasil esta semana visam a destacar outras áreas de interesse turístico, como praias, florestas e artesanato indígena. Em Brasília, 80 representantes de agências de viagens participaram do evento, segundo os organizadores.

Trump e o Canal

Gabriela e o diplomata, no entanto, não quiseram comentar sobre a polêmica lançada pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de passar a gerenciar o Canal do Panamá. “Não tenho informação e nem autorização para tratar de assuntos políticos”, desconversou a gerente de comércio. “Não podemos falar, porque tudo é controlado. Isso está apenas com o Panamá, porque a narrativa tem sido um pouco estranha”, completou o embaixador.

“O canal é e continuará sendo do Panamá”, respondeu o presidente José Raúl Mulino, logo após a fala do americano e negando que haja presença estrangeira na administração da hidrovia. Méndez explicou que a posição oficial do chefe do Executivo do seu país foi repassada ao Itamaraty e a outras embaixadas em todo o mundo “Então, o que vocês já ouviram é o que tem.”

Méndez contou que, como seria difícil para seu país administrar o canal, desde o início tomou-se a decisão de que todos teriam direito de passar pela hidrovia. Seria uma forma de evitar ataques contra a obra de qualquer tipo de origem. “Houve guerra do Afeganistão, Iraque, tudo e os barcos passavam. Coreia do Norte. Todo mundo passa”, afirmou.

Estadão conteúdo

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