Foliões dos Filhos de Gandhy divergem sobre decisão de proibir homens

O bloco Filhos de Gandhy desfila no circuito Barra-Ondina nesta segunda-feira, 3, pelo 76° ano seguido e uma polêmica ainda paira sobre aqueles que usam os colares de contas e as vestes azul e branco.A decisão da direção de proibir a participação de homens trans no bloco, que logo foi retirada após reação negativa e denúncia ao Ministério Público (MP) dividiu opiniões entre aqueles que formam o tapete branco dos Filhos de Gandhy no circuito Dodô.

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“Fiquei muito decepcionado, porque o Filhos de Gandhy não é sobre isso. Eu saio há 18 anos, mas meus familiares saem há muito mais tempo do que isso, e é sempre sobre aceitação, acolhimento, e inclusive é um movimento de resistência”, opina o servidor público Gabriel Pinheiro.

|  Foto: Raphael Muller | Ag. A TARDE

O advogado José Orlando desfila no Gandhy pela primeira vez neste e ano diz que a decisão quase o fez desistir de sair com o bloco.“Eu tenho o privilégio de ter um grande grupo de amigos de homens trans. Para mim isso foi uma grande decepção com o grupo, porque foi ofensivo para essas pessoas que eu amo, e que destoa completamente de uma ideia de aceitação, de acolhimento, de resistência, e que chegou a um ponto de quase me desmotivar de sair”, diz.Já o representante comercial Fabrício Serra se mostra a favor da proibição. “Eu acho que a tradição tem que ser seguida. Se foi criado um bloco só de homens e nunca saiu mulher trans ou qualquer outra pessoa de gênero [trans], a gente tem que continuar seguindo a nossa tradição. Tanto que é centenária a participação só de homens [cis] nesse bloco. Eu acho que não deveria ser mudado nesse momento”, explica.O coordenador de faturamento Silvio Adami corroborou a opinião do amigo, mas demonstrou ser um pouco mais flexível. “Com as tradicionais mais antigas, acho interessante a gente manter isso e respeitando todas as formas, mas acho interessante a gente manter a tradição sim”, finaliza.

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