“Não percebi alguns abusos que sofri”, afirma Marisa Orth

Aos 61, a rainha do humor revela segredos picantes e reflexões afiadas sobre machismo e os abusos do passado, trazendo à tona toda a polêmica do icônico bordão.

Marisa Orth, a eterna musa do “Sai de Baixo”, continua causando na telinha e nas redes! Aos 61 anos, a atriz que eternizou o inesquecível “Cala a boca, Magda” agora está de volta – desta vez, vestida de sinceridade – para expor como esse bordão, que tanto marcou risadas, também revela os traços de uma sociedade machista.

Em sua participação no especial Falas Femininas, que vai ao ar no dia 10, Marisa comanda a cena com declarações que fazem a galera refletir e rir ao mesmo tempo. Durante as gravações, o roteiro já fez a plateia vibrar com o famoso chamado: “Abre a boca, Magda. Chegou a hora de botar a boca no mundo”. Mas a diva não poupou críticas afiadas: “O ‘cala a boca, Magda’ tinha a ver com ela ser extremamente burra também, mas eu me pergunto: se fosse um personagem homem burro, esse bordão pegaria tanto? Tem um certo prazer no público, uma coisa quase sádica, em mandar uma mulher sexy, divertida e feliz calar a boca. Tem uma sexualização dessa violência, e as pessoas repetem isso até hoje, sem pensar.”

Com toda sua elegância e humor ácido, Marisa relembra que, na época, ela sabia exatamente como revestir a burrice da personagem – aquela que dizia “Ai, amor” de um jeito que só ela sabia fazer. Porém, agora ela olha para trás e reflete: a sociedade mudou, mas não o suficiente para apagar os resquícios de violência velada. “Hoje, fico impressionada com o grau de violência, mas acho que tive uma inteligência como atriz na época. Eu revesti aquilo, ela era tão burra que achava legal”, relembra.

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E não é só isso! A diva confessa que aprendeu muito com as mulheres mais jovens e agora reconhece abusos que antes passavam despercebidos. “Eu não percebia alguns abusos que sofri. Passaram dos meus limites várias vezes, eu não percebia. Hoje, quando escuto relatos, às vezes penso: ‘Ah, imagina, vocês estão exagerando?’. Mas não. Não estão exagerando. É verdade. Isso prova que as coisas estão mudando. Eu me surpreendo com o que ouço de algumas garotas, quase como se eu dissesse: ‘Nossa, eu podia ter pedido isso? Eu podia ter dito não? Eu podia ter pedido ajuda?’ Mudou. [O mundo] Mudou muito.”

Com essa mistura de nostalgia, crítica e ousadia, Marisa Orth mostra que, mesmo depois de tantos anos, o humor pode ser uma ferramenta poderosa para expor verdades e provocar transformações – tudo sem perder o charme e a irreverência que só ela tem!

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