Vitória e Mickey 17 são destaque nos cinemas de Santa Cruz

Mickey 17

Na quarta série, o pequeno Mickey Barnes bagunçou um sapo de laboratório. A criança não imaginava que a punição pelo ato ocorreria anos depois.

Após o empreendimento de Macarons dar errado, Mickey é ameaçado por um violento agiota a quem deve dinheiro. Com isso, decide fugir da Terra e alistar-se a um programa de colonização de um novo planeta, Niflheim.

O plano parecia ser a alternativa perfeita. Porém, ao cadastrar-se para a tarefa, não leu o contrato para o cargo que havia se candidatado: “Dispensável”.

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Sua função é simples, mas perigosa: cumprir tarefas suicidas, seja testar os efeitos da radiação, descobrir se o ar do novo planeta é respirável e ser exposto a um vírus mortal para encontrar uma vacina.
Toda a vez que ele morre, seu corpo é refeito em uma impressora e suas memórias são transferidas para o novo Mickey. E, assim como o sapo que maltratou anos atrás, tornou-se uma cobaia de laboratório.
Por ser alguém descartável, os cientistas que o sujeitam aos testes mortais ignoram o sofrimento que ele sente. Afinal, por que se comover ou sentir pena de alguém que será “reimpresso” no dia seguinte?

E ao sofrer uma queda que quase o mata, um colega tem mais interesse em resgatar um lança-chamas carregado por Mickey do que o salvar. O mais importante é responder uma curiosidade mórbida: como é morrer?

Essa é a trama principal de Mickey 17, ficção-científica com toques de humor ácido em cartaz no Cine Santa Cruz. Nas mãos do diretor coreano Bong Joon Ho, a premissa absurda é bem aproveitada para tratar sobre a exploração no trabalho. Assim como em O Expresso do Amanhã, uma ficção pós-apocalíptica na qual expõe a luta de classe, espaçonaves, extraterrestres e outro planeta são apenas alegorias para Joon Ho expor, ainda que de forma caricata, problemas reais e atuais.

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Contudo, diferente das suas obras mais recentes, incluindo o premiado Parasita, o coreano acrescenta doses cavalares de humor ácido. Tal decisão criativa faz com que os personagens sejam caricaturais, que reagem de forma absurda aos fatos do filme. Ainda que exageros possam causar constrangimento, Mickey 17 merece ser visto na tela grande.

Vitória

Após voltar do mercado e guardar as compras, a massoterapeuta Maria Josefina dos Santos prepara o café da tarde. Sua monótona rotina é interrompida com barulhos de tiros próximo ao edifício onde vive.
É questão de tempo até a plateia entender que o som de disparos de armas faz parte do cotidiano de Maria. Para não ser vítima de balas perdidas – a ponto de uma atravessar a janela e alojar-se na parede – passa a dormir no chão e esconde-se na banheira.

A moradora tenta debater o problema em uma reunião de condomínio. Porém, ao cobrar que a situação seja denunciada, é chamada de louca. A esta altura, descobrimos que Maria havia sido ignorada pelas autoridades.

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Após mais uma tentativa frustrada de chamar a atenção dos policiais, depara-se com uma filmadora. E com uma vista privilegiada da atividade criminosa que perturba a sua paz, ela decide filmar da janela de casa a violência e morte para mostrar as fitas para a polícia.

O fato chama a atenção do jornalista Flávio Godoy. Juntos, escancaram o tráfico de drogas e a corrupção policial. A ação, entretanto, tem um custo. Além de assinar a sua sentença de morte, Maria terá que abrir mão de sua identidade e abandonar a casa que conquistou depois de ter comido “o pão que o diabo amassou”.

Em Vitória, a atriz Fernanda Montenegro mostra porque merece o título de rainha do cinema brasileiro. Sua atuação é um deleite e demonstra todo o talento de oito décadas. Aos 95 anos, tem vitalidade de sobra para nos comover e prender a nossa atenção ao longo dos 112 minutos.

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Ciente do talento da sua protagonista, o diretor Andrucha Waddington brinda o espectador com uma narrativa envolvente, dramática, melancólica e tensa. Já os roteiristas Paula Fiuza e Fábio Gusmão, repórter que narrou a história real, exploram com eficiência a trama. E, acima de tudo, evidenciam a importância do jornalismo, disposto a dar voz para aqueles que necessitam de ajuda.

Assim como Ainda Estou Aqui, que segue em cartaz em Santa Cruz, foi motivo de orgulho aos brasileiros, Vitória é mais uma prova da qualidade do cinema nacional. Veja sem precisar da aprovação dos gringos.

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