Casal de ambulantes é agredido e relata ameaça de seguranças do ferry

Um casal de ambulantes passou por momentos de terror na última sexta-feira, 14, no Terminal São Joaquim do ferry-boat, em Salvador. Os ambulantes Jonatan de Jesus Santiago e Vânia Xavier de Jesus Santiago foram agredidos por seguranças da Internacional Travessias.

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Jonatan afirmou, em entrevista ao Portal MASSA!, que a agressão teria sido premeditada, sofrendo ameaças feitas um dia antes do crime. “Esse segurança já estava de olho em mim, procurando uma forma de me atingir. Eu estava vendendo na sexta-feira e, quando desci do ferry-boat, lembrei que um dia antes um dos seguranças veio de forma arrogante, dizendo que eu não tinha autorização para trabalhar. Eu falei que faço parte da associação”. Segundo o ambulante, o homem pediu comprovação. “Mostrei o crachá, a documentação que temos pelo juiz, já com liminar concedida, mas ainda aguardando sentença definitiva. Ele ficou irritado, gravou um áudio no grupo deles e disse que eu estava desobedecendo”, relatou.Jonatan seguiu narrando a confusão e afirmou que na sexta-feira, por volta das 15h, deixou o ferry-boat, colocou os produtos perto da saída dos veículos e, nesse momento, o segurança o abordou junto com outros quatro colegas. “(Ele) me cercou e falou: ‘Doutor, se você e sua mulher vierem trabalhar amanhã, nem desçam, porque vocês não vão trabalhar’. Eu respondi: ‘Me perdoe, mas eu vou trabalhar, porque é daqui que eu tiro o meu sustento. Além disso, sou associado há mais de 5 anos e, antes de você chegar aqui, eu já trabalhava’”.O segurança retrucou: “Você não tá ouvindo não, sua la ela? Eu falei que você não vai trabalhar, e você não vai’.””Respondi que iria, sim. Então, ele me deu um tapa no peito, puxou um punhal de madeira que estava na cintura e tentou me atingir duas vezes no pescoço”, contou o ambulante.Além disso, o ambulante criticou a administração da Internacional Travessias, que prometeu ajuda, mas não prestou nenhum suporte. “Na hora, fui para trás e quase caí. Olhei para ele e corri para um escritório da Internacional Travessias para fazer uma denúncia. Um funcionário me recebeu, me deu um copo de água e disse que chamaria alguém para me atender. Mas essa pessoa nunca apareceu”, reclamou.De acordo com Jonatan, essas agressões são recorrentes nas embarcações, e até mesmo o sindicato representante dos ambulantes teme denunciar os abusos que os trabalhadores sofrem.”Se você for a fundo, vai encontrar várias histórias de trabalhadores do sistema ferry-boat que sofrem agressões, assédio moral e perseguição trabalhista. Aqui, se qualquer associado cobrar algo, sofre pressão psicológica. O presidente do sindicato está desesperado, porque me disse: ‘Pô, Jonatan, você denunciou, e eu tô com medo de prejudicar a gente, de eles nos ameaçarem’. É complicado. Hoje, a gente tem que ficar calado, entendeu?”, lamentou.Procurada pelo MASSA!, a Internacional Travessias informou que está apurando o ocorrido junto aos órgãos competentes e adotando as medidas cabíveis.

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