Brasileiro aprova o ativismo hostil

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Em sua 25ª edição, o Edelman Trust Barometer revela uma sociedade marcada pelo ressentimento, com 64% dos entrevistados brasileiros relatando o sentimento ao nível moderado ou alto. Do inglês ‘grievance’, na pesquisa a percepção é definida pela crença de que empresas e governo tornam a vida das pessoas mais difíceis e atendem a interesses restritos, e que os ricos se beneficiam desse sistema, enquanto pessoas comuns enfrentam dificuldades.

Em um cenário de insatisfação, 3 em cada 10 brasileiros entrevistados aprovam o ativismo hostil como meio de promover mudanças, o que significa que eles aprovariam uma ou mais das seguintes ações: ataques virtuais, disseminação intencional de desinformação, ameaças e violências ou danos à propriedade pública ou privada.

O estudo ainda revela que esse ressentimento impacta diretamente a confiança no governo, empresas, ONGs e mídia. Entre os entrevistados que apresentam altos níveis de ressentimento, nenhuma instituição é considerada confiável.

Essa percepção negativa afeta também a adoção de novas tecnologias, com apenas 38% dos altamente ressentidos confiando na inteligência artificial, e 34% confortáveis com o uso da tecnologia por empresas.

Percepção negativa

Já a percepção negativa em relação à líderes institucionais não é nada novo. Desde 2021, o receio de que esses líderes estejam deliberadamente enganando a população tem sido cada vez mais presente entre os respondentes do estudo.

No Brasil, 76% acreditam que autoridades governamentais mentem intencionalmente, seguidos por 72% com a mesma percepção em relação à líderes empresariais e jornalistas.

Nos últimos anos, a expectativa para que empresas liderem a busca por soluções para questões sociais ganhou mais relevância, já que são percebidas como mais competentes, éticas e confiáveis do que o governo. No entanto, essa alta confiança também acarreta mais responsabilidade.

“Segundo o estudo, além das obrigações dentro do ambiente de trabalho, a sociedade espera que as empresas atuem em questões que vão além de suas áreas de negócio, como custo de vida, mudanças climáticas, requalificação, desinformação e discriminação”, comenta Ana Julião, Gerente Geral da Edelman Brasil.

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