Vice-prefeito de São Paulo, Mello Araújo (PL), bate boca com padre Júlio Lancellotti 

O coronel Mello Araújo (PL), vice-prefeito de São Paulo, entrou em uma discussão com o padre Júlio Lancellotti na última terça-feira, 18. O bate boca entre o político e o religioso da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo aconteceu no Núcleo de Convivência São Martinho Lima, na zona leste da capital paulista. Tanto Araújo quanto Lancellotti fizeram publicações em seus perfis no instagram repercutindo o ocorrido. 

Em outras ocasiões, o vice-prefeito chegou a culpar Lancellotti pela concentração de dependentes químicos no bairro Belém. Para o político, as refeições que o padre oferece às pessoas em situação de rua servem como motivo para permanência desse grupo na região, o que ele chamou de “desserviço”. 

“O senhor disse que faço um desserviço. Eu não faço desserviço. Não quero que ninguém fique na rua”, disse Lancellotti durante discussão desta terça-feira, 18. Em uma outra publicação, o padre afirmou que Mello havia pedido para que as portas da igreja fossem abertas para receber as pessoas em situação de rua. “Eu não recebo dinheiro da prefeitura. Quem recebe é que tem que abrir”, respondeu o padre. 

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Para Mello, o religioso só vai até a região para falar mal da prefeitura. “O senhor veio brigar comigo ou vai me deixar trabalhar?”, questiona o vice-prefeito. Uma das tarefas assumidas por Mello, que já atuou como coronel da Polícia Militar, é encaminhar dependentes químicos que ficam na região da Cracolândia para centros de reabilitação, região onde a Pastoral do Povo da Rua de Lancellotti também é atuante.  

Em uma publicação feita no perfil do vice-prefeito, ele mostra a rotina na região do Belém e menciona o episódio com o padre sem citá-lo diretamente. “Infelizmente perdi tempo com discussão que não leva a nada, no momento errado”, pontuou. Ele mostra o número de pessoas que optaram pelo tratamento no centro de reabilitação (ao que ele chamou de resgate), fala daqueles que optaram por voltar para seus estados de origem e das possibilidades de emprego para a população mais vulnerável. “A prefeitura está fazendo sua parte, não adianta só dar comida, precisa muito mais e estamos fazendo”, concluiu.

O vice-prefeito já atuou como comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão de elite da PM de São Paulo, e também como presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Ele foi apontado para posição de vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes (MDB0 por Bolsonaro. Mello vem de uma família de tradição com a polícia militar, sendo membro da terceira geração a ingressar na corporação.

No perfil de Lancellotti, dois vídeos mostrando os embates com o vice-prefeito foram publicados. “Não recebo um centavo da prefeitura”, afirma Lancellotti ao dizer que quem tem que abrigar os dependentes químicos é a prefeitura. Nas imagens, algumas pessoas em situação de rua defendem o padre e questionam o vice-prefeito: “É emprego ou é internação?”. 

Veja o vídeo completo clicando abaixo.

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