Greenpeace é condenado a pagar indenização milionária a operador de oleoduto nos EUA

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Um júri de Dakota do Norte condenou nesta quarta-feira (19) o Greenpeace a pagar uma indenização milionária por danos e prejuízos a uma empresa que processou a ONG por protestar contra a construção de um oleoduto, um caso que desafia o alcance da liberdade de expressão nos Estados Unidos.

O veredicto é um duro golpe para o grupo ambientalista, que foi processado pela Energy Transfer (ET), operadora do oleoduto Dakota Access, por orquestrar uma campanha de violência e difamação contra a empresa.

“Gostaríamos de agradecer ao juiz e ao júri pela incrível quantidade de tempo e esforço que dedicaram a este caso”, disse nesta quarta-feira a empresa, que deverá receber uma indenização de mais de 660 milhões de dólares (R$ 3,7 bilhões).

“Embora estejamos satisfeitos que o Greenpeace tenha que responder por suas ações, esta vitória é realmente para o povo de Mandan e de todo Dakota do Norte, que teve que viver com o assédio diário e as interrupções causadas pelos manifestantes que foram financiados e treinados pelo Greenpeace.”

Após o anúncio do veredicto, a diretora executiva interina da Greenpeace USA, Sushma Raman, afirmou à AFP que “não é possível falir um movimento”.

“Somos movidos por pessoas, não aceitamos financiamento corporativo ou governamental, somos inteiramente apoiados por indivíduos que dão pequenas quantias de dinheiro… as pessoas que alimentam organizações como o Greenpeace. Você não pode falir elas”, acrescentou.

Há quase uma década, o povo indígena sioux de Standing Rock protagonizou um dos maiores protestos da história dos Estados Unidos contra a construção de um oleoduto.

Centenas de manifestantes nesses protestos ficaram feridos e outros tantos foram detidos, o que levou a ONU a manifestar sua preocupação com as supostas violações da soberania dos indígenas.

Apesar de ter entrado em funcionamento em 2017, a Energy Transfer seguiu com as ações legais contra o Greenpeace. Inicialmente, recorreu a um tribunal federal, onde pedia uma indenização de 300 milhões de dólares (R$ 1,7 bilhão na cotação atual), demanda que foi desconsiderada.

© Agence France-Presse

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