Influenciadores que divulgam ‘jogo do tigrinho’ são presos em operação policial

A Polícia Civil do Ceará realizou, nesta quinta-feira, 20, uma operação para desarticular uma associação criminosa formada por influenciadores digitais suspeitos de divulgar jogos de azar e praticar lavagem de dinheiro. Durante a ação, três influenciadores foram presos em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense, e outros três nos estados de Minas Gerais, Bahia e Maranhão. Além das prisões, a polícia cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de veículos de luxo, joias e no bloqueio de contas bancárias dos investigados.

Denominada Operação Gizé, a ação mobilizou agentes de segurança de diferentes estados e teve como principal objetivo interromper um esquema de fraude que enganava milhares de apostadores. Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Ceará, os influenciadores utilizavam contas falsas em plataformas de apostas, programadas para ganhar todas as rodadas. Com esses resultados manipulados, eles gravavam vídeos exibindo ganhos fictícios e os divulgavam nas redes sociais para atrair mais apostadores.

O delegado responsável pelo caso, Geovane Morais, explicou que o grupo recebia grandes quantias em dinheiro de uma organização estrangeira para promover as plataformas de jogos. “Essa ostentação é de diversas maneiras. São viagens para o exterior, viagens para o Brasil, para destinos turísticos, frequentando restaurantes caros. É uma vida que a população média não tem acesso. E é uma forma também de iludir os seguidores, que ele vê naquele influenciador digital um sucesso”, afirmou o delegado.

A investigação teve início em maio de 2023 e revelou que, além de usarem contas manipuladas para simular ganhos, os influenciadores faziam parte de uma rede de divulgação estruturada. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos negociavam diretamente com os responsáveis pelas plataformas de apostas, indicando novos influenciadores para expandir a rede de fraudes.

Os influenciadores eram remunerados de diversas maneiras, incluindo pagamentos por publicações nas redes sociais e comissões baseadas no número de novos usuários cadastrados nas plataformas. Além disso, a polícia identificou movimentações financeiras nos últimos três anos, embora os valores exatos não tenham sido divulgados.

Durante a operação, foram apreendidos seis veículos de luxo, entre eles três Jeep Compass, dois Corollas, um Toyota SW4 Diamond e um Volkswagen Nivus. O bloqueio de contas bancárias também foi realizado para impedir que os investigados continuassem movimentando os valores obtidos de forma ilícita.

A ação não se limitou ao Ceará. Além das prisões em Juazeiro do Norte, Fortaleza e Barbalha, a operação foi deflagrada simultaneamente nos estados de Pernambuco, Maranhão, Minas Gerais e Bahia, reforçando o caráter interestadual do esquema criminoso.

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