Jornalista da CNN Portugal é ameaçada durante reportagem

Uma equipe de reportagem da CNN Portugal foi atacada durante a cobertura ao vivo de uma manifestação em Oeiras, região próxima a Lisboa, na noite de terça-feira, 22. O protesto, que envolvia o incêndio de pneus nas ruas após a morte de um homem pela polícia do país, ganhou um tom mais agressivo quando a repórter Carolina Resende Matos e o cinegrafista Guilherme Agostinho foram abordados por manifestantes. A situação rapidamente escalou, resultando em ameaças e danos ao equipamento de trabalho.

O caso começou quando os jornalistas foram interrompidos por um morador enquanto tentavam filmar os acontecimentos. Segundo o relato de Carolina para a CNN, o homem parecia dividido entre protegê-los ou apoiar os manifestantes, que não queriam a presença da mídia na área. “Eu disse-lhe ‘desculpa, tu não és dono do bairro, nós estamos a fazer o nosso trabalho. Ele disse ‘estou-te a dizer, não vais filmar lá para cima’.  Nós percebemos ali que não tínhamos grandes condições, mas entretanto aquilo acalmou”, relembra a repórter.

A tensão aumenta durante a transmissão

O momento mais tenso da cobertura ocorreu logo após a equipe se preparar para entrar ao vivo. Enquanto Carolina e Guilherme organizavam os equipamentos, um grupo de cerca de sete a oito pessoas começou a cercá-los. A confusão se intensificou quando Carolina notou que Guilherme havia desaparecido repentinamente, deixando-a sozinha e trancada dentro do carro da emissora.

“Eu dizia que não tinha as chaves, depois eles diziam ‘vai-te embora, vai-te embora, vai-te embora’, eu disse ‘eu não tenho as chaves’ porque o Guilherme levou as chaves com ele no bolso”, explicou Carolina. Com isso, a jornalista ficou presa dentro do carro, enquanto o grupo tentava quebrar os vidros, utilizando até mesmo o cabo de uma faca. O grupo acreditava, erroneamente, que Carolina era uma policial disfarçada, o que piorou a situação. 

Diante da ameaça, Carolina tomou uma decisão. “Pensei, ou eles me partem o vidro e entram, e matam-me aqui, ou enchem-me de porrada, ou eu saio, e pelo menos há ali moradores, e vou tentar fugir de alguma forma”, relatou. Ao sair do carro, ela foi orientada pelos manifestantes a correr para perto de moradores da região, que rapidamente a acolheram em um prédio próximo, abrindo as portas para ela se esconder.

O carro da emissora, por sua vez, foi vandalizado e parcialmente destruído pelo grupo, que ainda furtou objetos do veículo.

Enquanto Carolina se refugiava no prédio, a equipe da redação da CNN conseguiu informações sobre o paradeiro de Guilherme Agostinho. Ele havia se abrigado com a ajuda da polícia local, que interveio na situação.

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