Aeroclube em Águas Lindas tem projeto aprovado

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Maiara Marinho
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O projeto de construção de um aeroclube em Águas Lindas, Goiás, foi aprovado. A portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 24 de janeiro deste ano autorizou a divulgação do Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo (PBZPA) para a construção do Aeródromo Chiola Fly Club.

“Essa publicação é uma etapa, eu diria, a mais importante e significativa do processo burocrático. Isso significa que o nosso projeto foi aprovado”, comentou o empresário Edilson Gomes, 59 anos. Responsável por trazer o projeto para o Centro-Oeste, Edilson é um entusiasta da aviação.

Além disso, ele avalia que há grande dificuldade para o trânsito aéreo na região, onde pessoas que realizam voos privados com frequência acabam prejudicadas pelas restrições nos horários de pouso e balizamento devido à alta demanda de voos comerciais no Aeroporto JK, em Brasília.

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Foto: Divulgação

Com a expansão, toda a região do entorno de Goiás e do Distrito Federal será beneficiada. Por isso, em 2011, o empresário adquiriu a área onde o aeroclube está sendo construído. “Entendemos que seria o momento de lançar o nosso aeroporto privado”, afirmou. Para Edilson, a construção do Chiola não substitui a importância do Aeroporto Internacional de Brasília.

“Penso que há espaço para todos. O JK tem uma função vital no atendimento à população, mas nós também teremos um papel importante na aviação executiva e, sobretudo, no transporte para empresas de e-commerce e de cargas”, explicou. A pista poderá suportar entre 70 a 80 toneladas de carga e combustível, em aeronaves do tipo Boeing 737 e A320, assim como jatos particulares intercontinentais, com capacidade de voos internacionais de longa distância.

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Foto: Divulgação

Além da pista de pouso e decolagem, que terá 204 metros de largura e 2.100 metros de comprimento, o clube contará com uma área de lazer, de embarque e desembarque, sede social, quadra de tênis, piscina, espaço de convivência e churrasqueira. Para usufruir das instalações, será necessário possuir uma cota do empreendimento, ou seja, ter ações no negócio.

O primeiro lançamento de venda de ações foi restrito e contou com a participação de 20 cotistas. De acordo com Edilson, esse é um número pequeno em comparação ao investimento necessário, mas, com a conclusão do aeródromo, uma nova oferta será aberta para mais interessados.

“Os cotistas que já adquiriram ações são amantes da aviação, pessoas que possuem aeronaves pequenas”, contou o empresário. A administração do aeródromo será feita por uma equipe especializada da Chiola Fly Club.

Fortalecimento econômico

O empresário acredita que a criação de um aeroporto é um vetor de desenvolvimento. “Toda cidade que possui um aeroporto tem uma tendência muito forte de crescimento”, afirmou Edilson. Segundo ele, a infraestrutura atrai negócios, empresários e, o mais importante, dinamiza a economia local.

Além disso, o aumento da oferta de empregos e o investimento em empresas locais de e-commerce são fatores que podem impulsionar o fortalecimento econômico da região. O clube também terá foco na manutenção de aeronaves, setor que, segundo Edilson, representa uma grande necessidade para Brasília, que carece de oficinas de aviação.

Inicialmente avaliado em R$ 35 milhões, o projeto poderá ser concluído ainda este ano. A expectativa para o início das atividades na pista é 15 de outubro, mas a data depende da liberação da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), que define os códigos aeroportuários e regula a aviação mundial.

Com o código ICAO, Águas Lindas será inserida no “mapa do mundo”, destacou o empresário. “Qualquer piloto, em qualquer lugar, ao acessar o código do aeroclube, saberá as condições da pista, seu tamanho e sua capacidade”, afirmou.

Próximos passos

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Foto: Divulgação

Com a aprovação do Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo, o próximo passo é a conclusão das obras da pista. Mas, em termos de burocracia, “fizemos um golaço”, comemorou Edilson sobre a portaria publicada no DOU. “Essa aprovação foi extremamente importante”.

A obra, que já avançou nas etapas de terraplanagem, leito e subleito, foi suspensa temporariamente devido ao período chuvoso de janeiro. No entanto, será retomada assim que as condições climáticas permitirem.

Expansão

De acordo com um levantamento da Mordor Intelligence, o Brasil é o maior detentor de jatos executivos em operação na América Latina. O estudo prevê um crescimento de 103% na aviação executiva nos próximos cinco anos na América Latina, passando de US$ 640 milhões, em 2024, para US$ 1,31 bilhão em 2029. O Brasil se destaca nesse cenário, com uma frota de 906 jatos executivos e 9.692 aeronaves na aviação de negócios, em 2024.

Além do impacto econômico, a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) ressalta o papel social da aviação de negócios. O setor é essencial para operações emergenciais em áreas remotas, como combate a incêndios, resgates em enchentes e transporte aeromédico, incluindo a transferência urgente de órgãos para transplantes.

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