Casos de gripe aviária nos Estados Unidos preocupa autoridades para risco global; Goiás tem monitoramento rígido da doença

Casos da H5N1, conhecida como gripe aviária, nos Estados Unidos preocupam as autoridades locais e faz com que produtores de ovos do país tenham prejuízos, causando o aumento do valor do alimento. Desde 2022, cerca de 150 milhões de aves foram afetadas pela doença nos Estados Unidos e, recentemente, o país registrou o primeiro caso da doença em humanos, causando preocupação por uma nova epidemia da doença.

De acordo com a gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa de Goiás, Denise Toledo, o estado faz um monitoramento contínuo relacionado à doença. “Fazemos a vigilância passiva e atendemos o produtor que tem aves que podem estar sofrendo com a doença, que possuem sinais clínicos. Ao sermos notificados, fazemos o atendimento para descartar a doença”, disse ao Jornal Opção.

“Também trabalhamos de forma ativa, que é fazendo inquérito em aves anualmente, com coleta de soro, sangue ou swap de cloaca para que conseguimos identificar algum tipo de circulação do vírus e impedir que esse vírus se espalhe para outras propriedades rurais”, continua.

Outro ponto citado pela gerente é a importância do avicultor para a identificação da doença. “O produtor tem que estar atento aos alertas clínicos mais visíveis. Ainda temos dificuldades de identificar o vírus em alguns tipos de animais, que muitas vezes podem estar assintomáticos e transmitindo a doença, mas morrem eventualmente. Em frangos, por exemplo, a doença é muito mortal, enquanto em outras aves nem tanto, mas o nessas outras aves os sinais podem ser mais visíveis”, relata.

Segundo Denise, no transporte de pintinhos, por exemplo, entre a incubadora e uma granja existe certa segurança em relação a contaminação pela doença. “As granjas de reprodução tem o mais alto padrão de biosegurança possível. Então a chances de se ter animais contaminados é mais baixo. Logo no transporte é mais seguro. A preocupação é com que aves dentro das propriedades se contaminem por contato com aves silvestres, esta é a forma mais provável de animais contraírem a doença”, afirma.

Para a gerente um surto da doença em animais pode causar grandes impactos à agropecuária e economia do Estado. “Para a gripe aviária é necessário se ter alerta constante, já que os impactos tanto para a saúde quanto financeiros podem ser muito grandes em Goiás. Caso exista um surto terá o protocolo de contenção da doença, mas se não for feita de forma imediata pode causar problemas”.

“Caso haja uma mortalidade muito alta de aves pela doença irá impactar a produção de carne no Estado, as exportações entre outros. Isso causa perda financeira e pode causar desabastecimento, que causa aumento dos preços e, com isso, afeta a população. Trabalhamos com a necessidade de diagnosticar muito rápido a doença para não deixar ela se espalhar e proteger o Estado”, completa.

Gripe aviária em humanos

Os Estados Unidos registraram, nesta terça-feira, 11, o primeiro caso humano da gripe aviária do ano em Nevada. A doença foi transmitida para um trabalhador rural por gado leiteiro. O homem foi exposto a animais doentes em uma fazenda.

De acordo com o Distrito de Saúde Central de Nevada (CNHD), o único sintoma que o homem apresentou foi conjuntivite. “Embora o risco à saúde pública permaneça baixo, pessoas que trabalham com aves, gado ou têm exposição recreativa a esses animais enfrentam um risco maior”, afirmou o centro em comunicado.

Além do trabalhador, pessoas potencialmente expostas ao vírus estão sendo monitorados, recebendo equipamentos de proteção e antivirais. Ainda não há indícios de transmissão entre humanos.

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