Não existiria Silvio Santos se não existisse primeiro Manuel de Nóbrega

Não existiria Silvio Santos se não existisse primeiro Manuel de Nóbrega. Não existiriam artistas e comediantes de sucesso, se não existisse primeiro Manuel de Nóbrega. Não existiriam Baú da Felicidade, A Praça da Alegria, SBT, se não existisse primeiro Manuel de Nóbrega. A história da televisão reserva várias páginas a esse jornalista, humorista e empresário pioneiro no entretenimento brasileiro.

No final da década de 1950, um rapaz bateu na porta da casa dos Nóbrega. Vindo do Rio de Janeiro, Senor Abravanel entregou à Manuel uma carta de apresentação escrita por Fernando de Nóbrega, seu irmão. O rapaz alto, de sorriso largo, acabara de sair da Rádio Nacional para tentar a vida em São Paulo. Manuel abriu a casa transformando Senor Abravanel em Silvio Santos. Começava ali uma parceria de duas décadas que fez do Baú da Felicidade um sucesso em todo Brasil e ganhou uma concessão para formar a segunda maior emissora do país.

Manuel de Nóbrega gostava muito de viajar e, em 1960, foi até Buenos Aires. Da janela do quarto do hotel que estava hospedado, ele viu uma praça e um homem sentado no banco conversando com as pessoas. Aquela cena não saiu da sua cabeça e, voltando para São Paulo, correu até a sua máquina de escrever e fez o roteiro do programa “A Praça da Alegria”. Na TV Tupi e depois na TV Globo, Nóbrega se sentava no banco da Praça para receber seus colegas humoristas.

A saúde do velho Nóbrega começou a deteriorar na década de 1970. Um câncer minou sua força criativa e seu filho Carlos Alberto deu continuidade aos programas. Mas, em 1975, Nóbrega teve a sua última realização com o pupilo Silvio Santos: a concessão do canal 11 do Rio de Janeiro. Nascia a TVS, uma emissora de televisão voltada ao entretenimento. O povo começaria a se ver na TV. Manuel de Nóbrega não veria a expansão da emissora que, anos depois, se transformaria no SBT. Ele morreu em 17 de março de 1976. O banco da praça ficou mais vazio sem o Nóbrega, mas com Silvio Santos, Carlos Alberto, Boni e outros tantos que são o que são porque um dia bateram na porta de Manuel de Nóbrega.

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