Biden amplia autorização de residência para 830 mil migrantes nos EUA a poucos dias da posse de Trump

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A dez dias da posse de Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos com uma plataforma anti-imigração, o governo de Joe Biden decidiu ampliar em 18 meses a autorização de residência para milhares de venezuelanos e salvadorenhos no país.

A medida, anunciada nesta sexta-feira (10), deverá contemplar 600 mil cidadãos da Venezuela e 230 mil de El Salvador que estão de forma legal nos EUA. Trata-se de um esforço do governo Biden para fortalecer o Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), concedido a migrantes de países em crise e que, segundo analistas, poderá ser enfraquecido na nova administração.

O anúncio foi feito pelo Departamento de Segurança Interna no mesmo dia em que o ditador Nicolás Maduro tomou posse para um contestado terceiro mandato presidencial na Venezuela depois de um pleito apontado como fraudulento pela oposição e boa parte da comunidade internacional.

“Após analisar as condições na Venezuela e consultar parceiros interinstitucionais, foi determinado que uma extensão do TPS é justificada com base na grave emergência humanitária que o país enfrenta devido a crises políticas e econômicas sob o regime desumano de Maduro”, diz a nota divulgada pelo departamento. “Essas condições contribuíram para altos níveis de criminalidade e violência, impactando o acesso a alimentos, medicamentos, assistência médica, água, eletricidade e combustível.”

No caso de El Salvador, a pasta menciona desastres ambientais que teriam “resultado em uma interrupção substancial, mas temporária, das condições de vida nas áreas afetadas” do país.

Trump sempre deixou claro que pretende deportar o máximo possível de imigrantes em situação irregular, algo que ele diz ser necessário após travessias recordes no governo Biden. Não está claro, porém, como o republicano poderia executar o plano. Ele tomará posse em 20 de janeiro.

Para colocar em prática o “maior esforço de deportação da história americana”, como tem prometido, o presidente eleito diz que irá retomar políticas de seu primeiro mandato, incluindo a Título 42, que permitia expulsões automáticas de imigrantes sob justificativa sanitária durante a pandemia. Em comícios, ao mencionar organizações criminosas estrangeiras, disse que vai ressuscitar uma lei implementada há 226 anos e que permite a expulsão de imigrantes em períodos de guerra declarada contra outras nações.

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