Saiba qual é o melhor horário para tomar uma xícara de café e evitar uma morte prematura

O café, uma das bebidas mais consumidas no mundo, desempenha um papel importante em muitas culturas, com benefícios que vão além do simples prazer de degustar uma xícara. De acordo com um estudo publicado no European Heart Journal, consumir café pela manhã pode reduzir o risco de morte prematura, especialmente por doenças cardiovasculares.

O estudo analisou dados de 42.188 adultos americanos ao longo de 19 anos e descobriu que quem consome café pela manhã apresenta menores taxas de mortalidade. Pesquisas anteriores já associaram o consumo moderado de café (até três xícaras por dia) a uma redução nos riscos de câncer, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, mas a novidade está nos benefícios específicos do horário matinal.

Consumir café pela manhã ajuda a evitar a interferência na produção de melatonina, hormônio essencial para o sono. Estudos mostram que tomar café à tarde ou à noite pode prejudicar a qualidade do sono, aumentar o estresse oxidativo e elevar o risco de doenças cardíacas.

Já pela manhã, o café pode ajudar a modular a atividade do sistema simpático, reduzir a inflamação e oferecer efeitos anti-inflamatórios no momento em que o corpo mais precisa. Além dos efeitos no ritmo circadiano, o consumo de café matinal pode reduzir a inflamação e o impacto do estresse mental, fatores que contribuem para doenças cardiovasculares.

Substâncias bioativas presentes no café, como polifenóis, têm propriedades antioxidantes que reforçam esses benefícios, especialmente se consumidas no início do dia.

Entenda o estudo

O estudo investiga a relação entre os padrões de consumo de café e os riscos de mortalidade, identificando dois padrões principais: o consumo de café no período da manhã (morning-type) e o consumo ao longo do dia (all-day-type). A pesquisa revelou que o consumo de café no período da manhã estava associado a menores riscos de mortalidade por todas as causas e mortalidade específica por doenças cardiovasculares (CVD), em comparação com os não-consumidores de café, independentemente da quantidade consumida. Em contrapartida, o padrão de consumo ao longo do dia não apresentou associação significativa com a mortalidade. O estudo também indicou que o café consumido pela manhã poderia ter um efeito protetor mais forte sobre o risco de mortalidade do que o café consumido ao longo de todo o dia.

Os pesquisadores propõem dois possíveis mecanismos para esses achados. Primeiro, consumir café à tarde ou à noite pode prejudicar os ritmos circadianos, impactando a produção de melatonina e aumentando o estresse oxidativo, o que poderia elevar a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares. Em segundo lugar, os efeitos anti-inflamatórios do café podem ser mais eficazes quando consumidos pela manhã, pois alguns marcadores inflamatórios seguem um padrão diário, sendo mais elevados pela manhã e diminuindo até a noite. Assim, o café consumido pela manhã poderia ter mais benefícios anti-inflamatórios do que o café consumido ao longo do dia.

O estudo também encontrou que o consumo moderado a elevado de café estava associado a menor mortalidade por todas as causas entre aqueles com o padrão de consumo pela manhã, enquanto não foi observada nenhuma associação desse tipo no padrão de consumo ao longo do dia. As associações observadas foram principalmente impulsionadas pela mortalidade por doenças cardiovasculares. Os autores observaram inconsistências em estudos anteriores sobre a relação entre consumo excessivo de café e mortalidade, com alguns estudos não mostrando efeito e outros apresentando um efeito protetor. Essas inconsistências podem ser influenciadas por fatores como status de tabagismo, taxas de metabolismo da cafeína ou a inclusão de café descafeinado.

Uma das forças do estudo é o uso da análise de clusters para identificar padrões distintos de consumo de café em uma amostra representativa da população dos EUA. No entanto, existem limitações, como a natureza observacional do estudo, dependência de dados autorrelatados, possíveis fatores de confusão não medidos e a falta de validação externa e informações genéticas. Além disso, os achados podem não ser diretamente aplicáveis a populações de outros países com culturas diferentes de consumo de café.

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