Se hoje eu amo história, devo ao meu pai

Se eu amo História, devo a meu pai! Em 1997, eu estava na 8a série. Uma vez, eu estudava para a prova de História e meu pai perguntou o que ia cair. Falei Era Vargas e ele respondeu: “Quando o Getúlio suicidou, eu fazia o tiro de guerra”. Na hora eu pensei “Peraí, meu pai viveu esse período da História que eu estou estudando?”. Era um sábado à noite e nós ficamos muito tempo conversando sobre História. Meu pai adorava ouvir rádio quando era jovem, em especial o Programa César de Alencar, da Rádio Nacional. “Ele era o Silvio Santos do rádio”, meu pai me dizia. Ele participou do auditório de um programa do Cesar no Edifício A Noite, na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. Em 2017, eu passei em frente do edifício, tirei uma foto e mostrei para o meu pai. Ele ficou muito feliz.

Teve uma vez que eu mostrei para o meu pai as músicas da era de ouro do rádio que ele tanto gostava e que estavam no YouTube. De Emilinha Borba a Linda Batista passando por Francisco Alves, ele ouviu tudo. Eu viajava nas histórias que ele contava, das viagens que ele fazia para o Rio de Janeiro. Quando falei para o meu pai da morte do cantor Jorge Goulart, ele ficou sentido porque era muito fã. Nestes dias que meu pai estava internado, eu queria tanto levar meu notebook para o meu pai ver os programas antigos do Silvio Santos que estão no +SBT. Ele ia amar ver a participação do Silvio na Praça é Nossa quando o Carlos Alberto de Nóbrega estreou no SBT. Ainda bem que, antes da internação, eu mostrei o vídeo da Aracy de Almeida recebendo o Troféu Imprensa.

A foto deste post foi a última que eu tirei do meu pai. O livro que ele estava lendo conta a história da Avenida Araguaia que tem a Alice Fleury como co-autora. Ele amou o livro e reviu personagens e lugares que ele conhecia. O historiador José Honório Rodrigues dizia que a História está conectada com a vida. Uma forma do meu pai se fazer presente em minha vida é lembrar da nossa História de vida e das muitas Histórias que ele viveu e me contava.

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