Bolsonaro descarta filhos na corrida presidencial e reconhece derrota

Em uma recente entrevista ao The New York Times, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que apoiaria seus filhos em candidaturas ao Congresso Nacional, mas não à Presidência. Segundo Bolsonaro, “para você ser presidente aqui e fazer o correto, você tem que ter uma certa experiência”.

Bolsonaro mencionou dois filhos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, que já foram considerados como potenciais candidatos à presidência. Eduardo, deputado federal por São Paulo, havia se posicionado como um possível plano B caso a inelegibilidade de seu pai não fosse revertida.

Durante a entrevista, o ex-presidente reiterou que, em 2022, chegou a considerar um decreto de estado de sítio, acreditando que a eleição, vencida por Lula (PT), foi fraudada. Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 devido a alegações infundadas sobre o sistema eleitoral e ao uso político do 7 de Setembro.

Além disso, o ex-presidente enfrenta indiciamentos por suspeitas de envolvimento em um plano golpista que visava impedir a posse de Lula. O complô, segundo a Polícia Federal, incluía um plano de assassinato contra Lula, seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Bolsonaro disse que reconsiderou a ideia do estado de sítio após a rejeição do pedido do PL para invalidar votos nas eleições de 2022. “Esqueça, nós perdemos”, relatou ao NYT.

Ele também negou qualquer conhecimento sobre o plano para assassinar as três autoridades, enfatizando que “por minha parte, não houve nenhuma tentativa”. O ex-presidente minimizou as acusações, chamando o plano de “inviável” e “impossível”, e expressou mais preocupação sobre quem o julgará do que em ser julgado.

Bolsonaro também está sob investigação por outras questões, incluindo a recebimento de joias da Arábia Saudita e a falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19. Sentindo-se vigiado, Bolsonaro afirmou que “o sistema não me quer preso, me quer eliminado”.

Ele criticou a inelegibilidade imposta após uma reunião com diplomatas, chamando a decisão de “violação à democracia” e buscando maneiras de concorrer nas próximas eleições. Na entrevista, Bolsonaro destacou o apoio de dois ministros do STF que ele nomeou —André Mendonça e Kássio Nunes Marques—, que, segundo ele, consideraram sua inelegibilidade absurda.

Em outro momento, Bolsonaro expressou orgulho pelo convite de Donald Trump para acompanhar sua posse nos Estados Unidos, marcada para o próximo dia 20. Ele disse estar entusiasmado com o convite, fazendo uma brincadeira sobre sua saúde.

O ex-presidente, entretanto, teve seu pedido para comparecer à posse negado por Moraes, e seu passaporte permanece retido devido às investigações em curso, incluindo a relacionada ao plano golpista de 2022. O NYT destacou a similaridade nas trajetórias de Bolsonaro e Trump, descrevendo-os como “doppelgängers” políticos, devido a suas derrotas eleitorais e acusações de fraude.

Bolsonaro também comentou sobre a influência das redes sociais nas eleições, ressaltando que Trump, Elon Musk e Mark Zuckerberg lideram um movimento em prol da liberdade de expressão, que, segundo ele, pode impactar a política brasileira.

Por fim, ele elogiou Zuckerberg por anunciar a eliminação de um programa de checagem em suas plataformas, em um gesto em apoio a Trump. Contudo, a explicação de como Trump e os magnatas da tecnologia poderiam ajudá-lo em seus desafios legais foi considerada “vaga” pela reportagem.

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