Como evitar acidentes domésticos nessa reta final das férias escolares

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As férias escolares estão chegando ao fim, mas a garotada ainda está curtindo esses dias tranquilos. Entretanto, os pais e responsáveis devem ficar alertas para evitar as chances de acidentes domésticos, nessa época em que a criançada está em casa. Segundo informações preliminares da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), foram registradas 22 mortes por acidente doméstico em 2024.

Giulia Maria Mattia Dickel, 26 anos, do lar, é mãe de Miguel, 7 anos, e Eduardo Dickel, que tem apenas um mês de vida. Giulia relatou que mora em um apartamento em Águas Claras e já passou por alguns sustos com o filho mais velho. “Não só dentro da nossa casa, como na casa de familiares”, acrescentou. Ela contou que quando Miguel tinha 4 anos, eles estavam em casa e após tirarem as panelas do fogão, enquanto colocavam a mesa, a criança colocou a mão na panela quente. “Queimou principalmente a pontinha dos dedos. Logo levei no pediatra, que passou uma pomada para queimadura”, afirmou.

Recentemente, Giulia destacou que aconteceu de Miguel estar jogando bola na casa dos avós e ter pisado em falso na piscina. “Se machucou um pouco, mas foi só um susto, pois a piscina estava com a lona posta”. Agora que Miguel está mais esperto, a preocupação dela e do marido é com o mais novo. “Ele ainda é muito bebe, mas em breve será necessário limitar a entrada na cozinha, e colocar travas nas gavetas e armários”, descreveu. Além disso, Giulia complementou que vai fazer o possível para não deixar de forma alguma, as crianças desassistidas próximas à piscina. “Principalmente até os dois anos, que é quando as crianças entram em uma fase que exploram tudo”, comentou.

A empresária Bruna Poncioni de Almeida Pereira, 35 anos, passou por um aperto recentemente com o filho de 7 anos, Kauê Poncioni Figueiredo, de 7 anos. No natal passaado, aconteceu um acidente na casa de uma prima de Bruna. Ela contou que o filho foi subir a escada correndo, quando caiu e bateu a boca na escada, ficando com um corte e sem um dentinho. “Primeiramente nós o acalmamos e lavamos a boquinha para ver como estava o machucado”, disse. Depois disso, os pais foram com o menino até o hospital, onde ele levou três pontos na boca e ficou sem um dente.

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Na foto a Bruna e o filho de 7 anos, Kauê

Bruna afirmou que tenta conversar com o filho sobre os riscos de acidentes em casa, mas acredita que criança é difícil de segurar e de ficar quieta. “Sempre ficamos de olho nele, porque mesmo que esteja crescendo, não é por isso que não vai acontecer nenhum acidente”, declarou. Ela considera que o papel dos pais é orientar e vigiar sempre, para tentar evitar que acidentes ocorram.

Diminuindo fatores de risco

Segundo a odontopediatra Clarissa Gerard, vice-presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria Regional do DF (ABOPED-DF), há uma prevalência na primeira infância até os três anos de idade é muito alto de traumatismo dentário e principalmente por queda. A dentista explica que as crianças são muito novas e ainda não têm o equilíbrio totalmente desenvolvido. “Eu faço parte de um grupo que chama Odontopediatras 24 horas, com atendimento 24 horas em odontopediatria em que 95% dos casos é de traumatismo dentário”, cita. Ela explica que esses casos são todos provenientes de acidentes domésticos.

Clarissa costuma falar que a criança que não caiu é a que vai cair ainda. “O que a gente torce é que seja um trauma leve”. Por isso, ela recomenda que os pais procurem diminuir os fatores de risco no ambiente. Ela cita um exemplo, de verificar se a cadeira que a criança está usando para comer, está segura, ou se a criança está com cinto de segurança. “O calçado que ela está usando é adequado para atividade que ela está fazendo? Se ela está correndo pela casa, não pode ficar correndo de meia porque a chance dela escorregar é muito maior”, comentou. Além disso, também é preciso observar as crianças e identificar as vezes se ela está com alguma dificuldade de enxergar, o que faz com que ela tenha mais quedas.

Prevenção de acidentes

De acordo com o Tenente Éber Silva do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), durante esse período de férias e suspensão das aulas, a corporação costuma atender diversas ocorrências de acidentes domésticos e as principais vítimas desses acidentes são crianças. “Um tipo de ocorrência muito comum atendida pelo Corpo de Bombeiros nesse período de férias são os casos envolvendo quedas, então é muito importante que ambientes com escadarias, estejam com grades de proteção nas extremidades”, citou. Éber apontou que as escadas móveis precisam estar fora do alcance das crianças e bem guardadas. Além disso, os móveis precisam estar distantes das janelas. Em caso de camas estilo beliches, elas precisam estar protegidas com grade nas laterais. Outra medida importante para evitar acidentes em casa, como apontado pelo militar, é sempre observar se os pisos estão molhados. “É muito importante que sejam utilizados os tapetes antiderrapantes, telas de proteção das janelas e protetores de silicone nos móveis ou utilizar móveis com quinas arredondadas”, complementou. Éber também indicou o cuidado com as cortinas e persianas, pelo fato do risco de estrangulamento.

As áreas de serviço são lugares que os pais precisam prestar atenção. É preciso verificar constantemente se os baldes, bacias e outros recipientes de grande porte estão vazios. “Quando esses itens não estão em uso trazem risco de afogamento”, apontou o Tenente. Ele salienta que os produtos de limpeza devem ser guardados, em ambientes como banheiros. Já os materiais de higiene pessoal e cosméticos, precisam estar sempre longe do alcance das crianças.

Mas o que pode ser realmente perigoso para as crianças é a cozinha, como ressaltado por Éber. “Por isso é importante verificar se os cabos das panelas estão voltados para o interior do fogão”, acrescentou. E acima de tudo, nunca permitir que as crianças tenham acesso às gavetas dos talheres, dos copos de vidro e nem à cozinha quando o fogão estiver ligado.

Já nas garagens, Éber destacou que é muito importante ser observado todo o ambiente, antes de dar início às manobras do veículo, uma vez que as crianças podem estar nos pontos cegos ou podem estar escondidas debaixo do próprio carro. Quando se trata de residências com piscinas, além de estarem sempre sob a supervisão de um adulto, segundo o Tenente, as crianças devem estar portando colete salva-vidas. Além disso, as piscinas devem ter grades de proteção, pisos antiderrapantes e ralos anti-aprisionamento.

Éber acrescentou ainda que as crianças são muito curiosas, o que gera uma ocorrência muito comum de acidentes por choque elétrico, “As crianças mexem nos pontos de energia ou enfiam algum objeto nesses lugares e é muito importante que as tomadas estejam protegidas com um material adequado”, finalizou. Para o Tenente, as causas dos acidentes domésticos podem variar bastante e o mais importante nesses momentos é manter a calma e buscar ajuda especializada para evitar o agravamento de quaisquer situações que venham acontecer. Segundo ele, o CBMDF está sempre à disposição para atendimentos de emergência por meio do 193.

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