Astor Wartchow: anatomia do poder

A posse dos prefeitos e dos vereadores eleitos em 2024, assim como de secretários e assessores, proporciona a oportunidade de relembrar e recomendar algumas cautelas quanto à prática e à relevância do poder.

Primeiramente, a ocupação e o exercício de poderes de Estado, em todos os níveis de representação e atuação, expõem publicamente seus cargos e suas pessoas.

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Quem exerce o poder são os mandatários, os encarregados da coisa pública e dos atos de gestão. Mandante é o cidadão. A qualquer tempo, os mandantes podem averiguar e questionar as condutas dos mandatários.

Às vezes, pode ser ingrata e injusta a submissão ao julgamento público, assim como às críticas da imprensa. De todo modo, não se trata de questão pessoal. É uma questão pública. Afinal, o sujeito buscou o cargo (e o poder) porque assim o quis. Logo, sujeitou-se!

Assim, convém habituar-se a pedir desculpas pelos erros e abusos cometidos durante a gestão, ao invés de repetir novas e velhas promessas. E não subestimar o trabalho e a inteligência alheia, principalmente dos eleitores.

Não sonegar informações e nem faltar com a verdade quando acossado e flagrado em erro. A frequência de abusos e de reincidências já demonstrou que depois da primeira mentira sucedem-se as demais. Em modo crescente.

Importante. Em se tratando de ideologias políticas e práticas de poder, convém superar as diferenças e os equívocos conceituais, notadamente em relação àquelas comprovadamente falidas e sepultadas pela história.

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Mais. Admitir a hierarquia e a eficácia de princípios fiscais e econômicos sobre a vontade pessoal e a “ideologia partidária”, como o histórico de nações mais desenvolvidas já demonstrou e confirmou.
Educada e politicamente, reconhecer os momentos, as oportunidades (ou a falta de) e as razões do ex-titular do cargo, haja vista que a história e as circunstâncias socioeconômicas nunca se repetem do mesmo modo.

São fatos que determinam que as soluções de cada tempo também sejam diferentes umas em relação às outras, sem prejuízo de oportuno e hipotético valor.

Por isso, evitar afirmar “que o outro (no poder) não fez, porque sem vontade política de fazer!”. Afinal, regra geral, sabemos que as razões impeditivas deste ou daquele governo provavelmente eram fiscais, financeiras e econômicas.

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E por que recapitulo esses argumentos? Porque, em se mantendo o irresponsável e inconsequente padrão de comportamento e ação, a exemplo dos inúmeros e repletos casos estaduais e federais, advirá a antipolítica.

O escritor húngaro George Konrád (1933–2019) definiu a antipolítica (1999) como “uma força moral da sociedade civil que articula a desconfiança e a rejeição públicas do monopólio de poder da classe política dentro do Estado. Esta força moral não pretende derrubar o poder político, mas opor-se à opressão que ele exerce sobre as populações.”

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