Secretário de Estado dos EUA pede bloqueio de pedidos de passaporte com gênero neutro, diz jornal

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JULIA CHAIB
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS)

O chefe do Departamento de Estados Unidos, Marco Rubio, equivalente ao ministro das Relações Exteriores do país, instruiu sua equipe a brecar os pedidos de passaporte que tenham um “X” no campo atribuído ao sexo.

A informação, do jornal The Guardian, foi obtida em um e-mail à qual a publicação teve acesso. Segundo o documento, Rubio diz aos funcionários que sexo não é “mutável”, baseado em ordem assinada pelo presidente Donald Trump na segunda-feira (20).

O ato do republicano define que só existem os sexos “masculino” e “feminino” como forma de acabar com o gênero neutro, em um ataque às políticas voltadas à população de transgêneros.

A orientação do secretário de Estado é que o documento oficial deve se referir ao sexo da pessoa, e não ao gênero com a qual ela se identifica. Isso valerá para passaportes e relatórios consulares de pessoas nascidas no exterior.

O governo dos EUA começou a emitir passaportes com a opção de “X” como definição de sexo desde abril de 2022. Os documentos existentes continuam válidos, mas Rubio avisou no e-mail a que o The Guardian teve acesso que mais informações sobre como proceder com os passaportes que tenham esse marcador serão enviadas por outros canais.

O decreto assinado por Trump na segunda reconhece a existência de só dois sexos biológicos: masculino e feminino. A ordem também rejeita o que ele chama de “ideologia de gênero”, em suposta defesa das mulheres.

Apesar de Donald Trump ter mencionado o termo gênero em seu discurso de posse, sua política defende o uso exclusivo da classificação por sexo, definido como uma característica biológica imutável determinada no nascimento.

Além da ordem que enviou à equipe, Rubio já tem trocado telefonemas com autoridades estrangeiras e começará na semana que vem suas viagens. Os primeiros destinos serão países da América Central: El Salvador, Guatemala, Costa Rica e a República Dominicana.

Rubio deve discutir políticas de imigração nesses países. Com o Panamá, especificamente, pode debater também as intenções declaradas por Trump de retomar o controle do canal que leva o nome do país.

O fato de a primeira viagem do secretário, filho de imigrantes cubanos, ser para a América Latina, é um sinal de que a região pode ter mais prioridade e atenção do que em governos anteriores.

Analistas e a diplomacia brasileira esperavam que isso fosse ocorrer pelo histórico de Rubio, que conhece a região, e se dedicava a tratar de assuntos ligados à América do Sul e Central.

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