‘Vou orar por ele, não somos inimigos’, diz bispa que pediu misericórdia a Trump

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A reverenda Mariann Edgar Budde, bispa da Diocese de Washington, nos Estados Unidos, afirmou que continuará a rezar pelo presidente Donald Trump, apesar das duras críticas dele após seu sermão durante uma missa após a posse.

“Eu não o considero um inimigo”, disse Budde à agência de notícias Associated Press. “Acredito que podemos discordar respeitosamente e expor nossas ideias e continuar a defender as convicções que nos foram dadas sem recorrer à violência verbal.”

Durante a missa que conduziu no dia seguinte à posse de Trump, Budde fez um apelo ao republicano, que estava ouvindo da plateia, e lhe pediu misericórdia com as comunidades LGBTQIA+ e imigrantes sem documentação, que vivem com medo devido às políticas do governo.

Referindo-se à crença de Trump de que foi salvo por Deus de uma tentativa de assassinato, em novembro do ano passado, Budde disse: “Você sentiu a mão providencial de um Deus amoroso. Em nome de nosso Deus, peço-lhe que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que estão com medo agora.”

Ela pregou, ainda, que a “vasta maioria dos imigrantes não é criminosa”, mas “bons vizinhos” e “membros fiéis” de comunidades religiosas.

Budde acabou, no entanto, irritando o presidente recém-empossado que, em resposta, chamou a bispa de desagradável e “hater radical de extrema esquerda” em sua rede social Truth Social, e criticou seu sermão, chamando-o de “chato e sem inspiração”.

Ele chegou a exigir que ela pedisse desculpas, mas ela declarou que não achava necessário. Apesar das críticas, Budde afirmou que acredita ser possível discordar respeitosamente e expor suas ideias sem recorrer à violência verbal.

A bispa, que lidera a Diocese Episcopal de Washington desde 2011, reiterou que seu compromisso de orar por Trump e por todos os que exercem poder permanece inabalável. Ela destacou que a misericórdia e a inclusão são valores fundamentais que devem nortear as conversas, especialmente em tempos de polarização política.

Budde, uma defensora de uma visão inclusiva da fé, já havia criticado Trump publicamente no passado, especialmente após a controversa foto do presidente com uma Bíblia em frente à Igreja Episcopal de St. John, em 2020.

Ao refletir sobre o sermão que proferiu, ela afirmou que sua mensagem de unidade e compaixão busca suavizar a cultura de desprezo e promover um diálogo mais respeitoso e empático entre as pessoas.

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