Documentário em tributo a Moïse Kabagambe retrata a luta por justiça

Um mini documentário sobre Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado em 2022, foi promovido nesta sexta-feira (24). A obra, que está disponível em plataformas digitais, marca 3 anos do ocorrido e relembra a trajetória do rapaz que se tornou símbolo da luta por respeito e garantia dos refugiados no Brasil.

“O que ocorreu é lamentável. Essa história emblemática se tornou um marco para a luta na garantia de direitos dos migrantes. Nós temos trabalhado insistentemente em políticas públicas efetivas que garantam que casos como esse nunca mais se repitam no Estado do Rio de Janeiro”, disse Aline Forasteiro.

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A atividade, que tem apoio do Projeto Ação Integrada RJ, marcou também o início da semana em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, que terá outras ações nos dias 28 e 29 de janeiro. O tributo ao jovem aconteceu no Consulado da Argentina para 60 espectadores, e contou com a exibição de um mini documentário de 8 minutos, além de uma exposição fotográfica de momentos da vida de Moïse. A exposição foi doada para mãe do congolês.

“Guardo a última roupa dele para sentir seu cheiro quando sinto saudade. Até hoje dói lembrar que pessoas passavam pelo local e não fizeram nada. Fiquei muito tocada com a homenagem, que sirva de reflexão para que não se repita”, disse Lotsove Lolo Lavy Ivone, mãe de Moïse.

Lotsove Lolo buscou refúgio no Brasil para escapar da guerra civil e de violações de direitos humanos de seu país de origem, a República Democrática do Congo. Moïse chegou ao Brasil em 2011, fugindo dos conflitos de lá. Ele tinha 14 anos quando veio para o Rio.

O documentário foi feito pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, por meio da Coordenação de Políticas de Migração e Refúgio.

3 anos da morte de Moïse Kabagambe

A morte do jovem congolês Moïse Kabagambe, em 24 de janeiro de 2022, trouxe à tona discussões urgentes sobre racismo, xenofobia e as condições de trabalho de migrantes no Brasil. Moïse, que chegou ao país com sua família para escapar dos conflitos na República Democrática do Congo, foi espancado até a morte após cobrar o pagamento por serviços prestados em um quiosque na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

As imagens de segurança, que mostram o jovem sendo imobilizado e agredido por três homens, geraram indignação nacional e internacional. O Governo do Estado, movimentos sociais, entidades de direitos humanos e comunidades negras se mobilizaram, realizando protestos e cobrando justiça por Moïse.

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