Mansueto Almeida diz que ruído interno atrapalha a economia e mercado já sabe identificar ajustes feitos artificialmente

O ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do banco BTG Pactual, Mansueto Almeida, fez uma palestra, nesta sexta-feira, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, no centro da cidade. De acordo com ele, a situação do País não está ruim, mas é preciso sinalizar que o governo está trabalhando para reduzir o endividamento Público.

“A situação de Brasil não está ruim, mas a gente tem que tirar do horizonte essa incerteza fiscal e mostrar de uma forma muito clara como, não é em um ou dois anos, como ao longo dos anos a gente vai chegar a um ponto que vai ter uma sobra de arrecadação para começar a reduzir a dívida. É esse o desafio. Não implica nenhum corte brutal em um ou dois anos, é você controlar o crescimento de despesas, que a gente chama de despesa obrigatória”, afirmou.

Mansueto também lembrou que a alta dos juros, a desvalorização do real e a pressão inflacionária sobre a economia brasileira são resultado de um “barulho interno” que o governo gerou com incertezas sobre o compromisso de realizar um ajuste fiscal efetivo.      

Segundo ele, o mercado já sabe identificar quando as contas são ajustadas artificialmente.

“Nenhum economista pode falar exatamente qual deve ser o ajuste fiscal, ele dá os números. Ajuste fiscal, por natureza, é um debate político, é você decidir se quer gastar mais ou menos, é você ter um plano, qualquer que seja, tem que respeitar a proposta da esquerda da direita, mas todos têm que mostrar, olha, o meu plano fiscal é esse, o meu plano fiscal é esse. O que não se pode é tentar fazer um ajuste fiscal tirando conta de despesas públicas, tirando do orçamento para artificialmente melhorar as contas, a gente já passou por isso e o mercado não aceita, a gente já sabe identificar esses casos”, finalizou.

O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro Josier Vilar, lembrou que a sociedade tem o dever de cobrar aos parlamentares de todas as instâncias por um ajuste fiscal.

“A sociedade agora tem que pressionar o Congresso Nacional, os nossos parlamentares. Aquele deputado que você elegeu, que eu elegi, o senador, o vereador, não importa. Nós temos que pressionar essas pessoas a fazer um ajuste fiscal no município, nos estados e no governo federal, que esses entes federativos gastem menos do que recebem, para poder sobrar dinheiro para poder investir naquilo que é fundamental para o cidadão brasileiro viver bem”, disse Josier.

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