Cidade de São Paulo segue em emergência por dengue desde 2024; 35 municípios estão nesta situação

dengue

LAIZ MENEZES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A cidade de São Paulo segue em situação de emergência de saúde por epidemia de dengue desde 2024.

O município registrou, somente neste ano, 1.600 casos da doença, o que chega a 14 infecções por 100 mil habitantes, segundo dados atualizados nesta sexta-feira (24).

O Painel de Arboviroses do Nies (Núcleo de Informações Estratégicas em Saúde) mostra que a cidade também tem 2.184 casos prováveis da dengue, com sete óbitos em investigação. Nenhuma morte foi confirmada até o momento.

Antes, a capital paulista não aparecia na lista do governo estadual de municípios em emergência, sendo incluída nesta quinta-feira (23). A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo afirmou, por meio de ligação, que há um atraso na atualização dos dados e, por isso, a cidade não aparecia na lista.

A gestão municipal foi procurada, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.

A Prefeitura de São Paulo decretou estado de emergência por epidemia de dengue em março do ano passado, quando havia 49.721 casos confirmados, número que ultrapassava 414,1 contaminações por 100 mil habitantes. De 2024 a 2025, a cidade registrou 625.718 infecções e 489 óbitos.

Com a capital paulista, sobe para 35 o número de cidades em emergência no estado de São Paulo -no dia 16 de janeiro eram 28. São elas: Alfredo Marcondes, Amparo, Aparecida d’Oeste, Araçatuba, Aspásia, Coroados, Dirce Reis, Dolcinópolis, Estrela d’Oeste, Fernandópolis, Glicério, Guaraçaí, Guarani d’Oeste, Igaratá, Indiaporã, Jacareí, Jaci, Marinópolis, Mendonça, Mira Estrela, Nova Aliança, Ouroeste, Paraibuna, Populina, Potirendaba, Ribeira, São Francisco, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Suzanápolis, Tambaú, Tanabi e Votuporanga.

Até o meio-dia desta sexta-feira (24), o estado registrou 29.091 casos confirmados de dengue, com uma incidência de 66 por 100 mil habitantes. Além disso, há 74.994 casos considerados prováveis, sete mortes foram confirmadas e outras 103 em investigação.

O Ministério da Saúde informa, no entanto, que há dez mortes no estado de São Paulo. O governo paulista diz que não recebeu ainda informações dos municípios e, por isso, contabiliza um número menor de óbitos.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou, nesta quinta-feira (23), o repasse de R$ 228 milhões aos municípios do estado para traçar estratégias contra as arboviroses neste ano, especialmente a dengue -em 2024 o investimento foi de R$ 200 milhões.

A gestão aposta na vacina do Instituto Butantan, que ainda aguarda aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para o controle da doença a partir de 2026. Até lá, Tarcísio defende repetir estratégias do ano passado de combate ao mosquito, quando a dengue atingiu índices recordes e criou filas em hospitais e postos de saúde.

No encontro com secretários municipais de Saúde, na quinta, também foi anunciada um Centro de Operações de Emergência para monitorar e tentar conter a proliferação do Aedes aegypt.

Na capital, a Secretaria Municipal da Saúde realiza uma busca ativa por crianças e adolescentes com a vacina contra a dengue em atraso. Estão elegíveis para receber as duas doses da Qdenga -fabricada pela farmacêutica Takeda– jovens de 10 a 14 anos.

Até o momento, na capital paulista, 237 mil pessoas receberam a primeira dose (35%) e 130 mil, a segunda (20%). O público-alvo para a vacina é estimado em 600 mil.

Brasil tem 101 mil casos prováveis de dengue

De 1º a quinta-feira (23), o país confirmou 34.811 casos de dengue e 15 mortes –Amapá (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (1), Pará (1), Rio de Janeiro (1) e São Paulo (10).

Outros 66.674 casos e 87 óbitos estão em investigação no Brasil, segundo Portal de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.