Morte de jovem gera enxurrada de adesões a petição por policiamento em Pinheiros, em SP

PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A morte de um jovem de 23 anos durante um assalto em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, nesta quinta-feira (23), gerou uma enxurrada de adesões a um abaixo-assinado por reforço no policiamento no bairro. O documento é endereçado para as “excelentíssimas autoridades de segurança pública”.

Vitor Rocha e Silva foi morto após reagir a um assalto na rua Joaquim Antunes. Os ladrões fugiram com o celular roubado de Silva, que chegou a ser socorrido ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu.

Segundo a petição online, assinada por mais de 3.200 pessoas até a tarde desta sexta-feira (24), os moradores estão assustados com o crescente número de assaltos registrados no quadrilátero composto pelas ruas Francisco Leitão, Cardeal Arcoverde, Joaquim Antunes e dos Pinheiros.

“Essa situação tem gerado um ambiente de insegurança e apreensão em nossa comunidade”, diz trecho do texto.

A intenção do abaixo-assinado é um reforço no policiamento ostensivo na região mencionada, com maior presença de rondas e agentes de segurança especialmente entre 12h e 23h. É nesse período que os crimes estariam acontecendo.

Silva foi atacado por volta das 13h. Ele, que morava com o namorado em Uberlândia (MG), havia deixado a casa da tia onde estava hospedado para almoçar. O casal tinha chegado de Belém (PA) um dia antes.

Testemunhas afirmaram que o local tem sido alvo de criminosos. Os números da SSP (Secretaria de Segurança Pública) reafirmam o problema. O 14° DP (Pinheiros), a cerca de 2 km do local da morte de Silva, registrou alta na quantidade de roubos no comparativo entre janeiro a novembro do ano passado (3.255) com o mesmo período anterior (3.112).

Os furtos recuaram. Em 2024 foram 8.177 queixas contra 8.344 em 2023.

O abaixo-assinado foi criado em dezembro, mas nesta sexta recebeu uma enxurrada de comentários sobre roubos e o medo de andar pelas ruas.

A Polícia Civil investiga a hipótese de que três homens participaram da ação contra Silva. Dois deles aparecem em imagens. O terceiro teria dado cobertura. Antes, eles teriam feito vítimas na rua Oscar Freire.

Policiais militares seguiram os bandidos até a avenida Morumbi, na zona oeste, mas os ladrões conseguiram escapar na direção da favela Paraisópolis.

Diante dos crimes, a Polícia Militar pretende realizar operações pelo bairro. Uma das ações já estava programa para ocorrer no início da tarde de quinta. Ele estava prevista para iniciar justamente uma hora depois do ataque a Silva.

Nesta sexta uma mensagem passou a circular em aplicativos de mensagens de moradores de Pinheiros. O texto diz que, a pedido do tenente-coronel Marcelo Resende, comandante do 23° Batalhão, um novo planejamento será adotado.

Pinheiros e Itaim Bibi passariam a ter equipes em carros e motos em patrulhas fixas. Os policiais devem somente atender ocorrências em seus setores e não sair em apoio para casos em outras regiões, o que poderia prejudicar as rondas locais.

O texto ainda alerta moradores a tomar precauções como não ficar na calçada ao meio-fio aguardando táxi ou veículo de aplicativo; não andar distraidamente conversando ao celular e não deixar de registrar boletim de ocorrências em casos de crime.

Procurada, a Polícia Militar disse que o 23° Batalhão colocou em prática na quinta a Operação Impacto Vila Madalena e Itaim Bibi, através dos Programas de Radiopatrulha (190), Radiopatrulha com Motos (RPM), Programa de Força Tática e todo o efetivo administrativo.

“A atuação ininterrupta do policiamento ostensivo no combate a roubos e furtos é potencializado por meio do emprego sistêmico da PMESP, considerando a necessidade de remanejamento dos ativos operacionais e humanos para concentrar ações de policiamento, visando coibir a ampla e eficaz prevenção de atos delituosos, especialmente no que tange aos roubos de celulares”, acrescenta a nota assinada pelo tenente-coronel Rezende.

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