PM inicia testes com novas câmeras corporais em São José dos Campos (SP)

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CLAUDINEI QUEIROZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O governador em exercício de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), deu início nesta quarta-feira (29) à Operação Assistida, uma fase de testes das novas câmeras corporais adquiridas pelo governo estadual para serem utilizadas pelos policiais militares.

Ao todo, serão 120 aparelhos testados até 21 de março pelos policiais do 1º Batalhão da PM do Interior, em São José dos Campos. Segundo o governo, o batalhão foi escolhido para o teste porque ainda não utiliza nenhuma das 10.125 câmeras que já estão em operação no estado.

A SSP (Secretaria daSegurança Pública) diz que, às 6h desta quarta, o primeiro grupo de policiais saiu para o patrulhamento já com as novas câmeras.

“Os policiais estão treinados e preparados para operar o novo equipamento. Eles entenderam a importância da nova sistemática”, disse o coronel Luiz Fernando Alves, comandante do Comando de Policiamento do Interior 1.

Em junho do ano passado, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) realizou uma licitação para a compra dos 12 mil novos equipamentos, que foi vencida pela empresa Motorola. O pregão motivou críticas por mudar o mecanismo de acionamento das câmeras.

Entre as especificações exigidas pelo estado para os novos aparelhos está a permissão de que o policial grave de forma intencional uma ocorrência ou que uma central da PM acione a gravação de forma remota.

No modelo anterior, ainda em uso pelas tropas, elas são programadas para filmar durante todo o turno.

“As câmeras aumentam a nossa condição de ter a imagem de uma ocorrência, facilita a ação do policial quando está em uma situação de risco e até mesmo serve de provas para a elucidação de futuros crimes”, complementa o coronel.

Agora, o governo não deve substituir as câmeras corporais antigas até que esteja seguro que as novas são eficazes. Em dezembro foi iniciada a primeira fase de testes internos com as câmeras e agora elas serão avaliadas na rotina dos policiais.

A SSP destaca que todas as etapas e análises do teste em campo serão informadas ao STF (Supremo Tribunal Federal). “Ao final da Operação Assistida, em 21 de março, será elaborado um relatório final pela Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (DTIC) da PM”, diz.

ENTENDA ALGUMAS DIFERENÇAS ENTRE CADA MODELO

Acionamento
Câmeras atuais: Gravação é ininterrupta, sem que o policial precise ligar a câmera. Ele pode apenas acionar um dispositivo que melhora a qualidade da imagem e ativa a captação de áudio.

Novas câmeras (em teste): É feita pelo policial. Também pode ser feita de forma remota, pelo Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), por exemplo, caso se perceba que o agente na rua descumpriu o protocolo e não ligou o equipamento.

Tempo de armazenamento
Câmeras atuais: Vídeos sem acionamento da gravação são arquivados por 90 dias. Já os intencionais, que captam áudio, ficam guardados por um ano.
Novas câmeras (em teste): Armazenamento por 30 dias, e o vídeo pode ser descartado depois.

Bateria e memória
Câmeras atuais: A SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo afirmou, em ocasiões anteriores, que o modelo vigente, de gravação ininterrupta, esgota a bateria dos equipamentos durante ações policiais e que uma pequena parte é aproveitada em investigações.

Novas câmeras (em teste): Cada bateria deve durar ao menos 12h, com sistema de georreferenciamento e pacote de dados ativos, permitindo o acionamento remoto. As câmeras devem ter memória disponível para, no mínimo, 14 horas de vídeo, capacidade que supera em duas horas o turno de serviço dos policiais.

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