Aeroporto de Washington teve clima de incerteza após colisão de avião e helicóptero

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JULIA CHAIB
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS)

As redondezas do aeroporto Ronald Reagan, em Washington, durante a madrugada desta quinta-feira (30) evidenciaram o tamanho da tragédia que ocorrera havia poucas horas. Um choque entre um helicóptero do Exército dos Estados Unidos e um avião comercial que pode ter matado 67 pessoas.

O acesso aos terminais aéreos ficou restrito a pessoas autorizadas logo após o incidente -o que incluía parentes de passageiros envolvidos no acidente, funcionários do aeroporto e jornalistas. Ao passar pela ponte sobre o rio Potomac, era possível avistar a aglomeração de sirenes de carros e barcos de policiais e bombeiros que tentavam encontrar sobreviventes, além do barulho de helicópteros.

Fazia cerca de 2°C por volta das 2h (4h em Brasília), cinco horas depois da colisão, quando o trabalho do resgate estava intenso. O rio, que estava tomado por mergulhadores e outros agentes, tinha sido um palco de um cenário bem diferente poucos dias antes. No final de semana, os moradores e visitantes da cidade se divertiam com a água congelada.

Dentro do aeroporto, os terminais estavam vazios, sem movimento, mas algumas pessoas dormiam em bancos. Algumas eram funcionárias do próprio local.

Ababiye Balcha, 28, trabalha num bar em um dos terminais de embarque e estava servindo clientes na hora do acidente. Ele relata não ter ouvido o barulho da colisão, mas diz que poucos minutos depois chamou a atenção a quantidade de policiais que começaram a circular.

“As pessoas ficaram horrorizadas, tentando saber o que tinha acontecido”, relatou ele à Folha. Balcha estava sentado esperando o horário em que o metrô voltaria a operar, dali a umas horas, enquanto falava à reportagem.

O estudante Chinguun Yun, 18, tinha um voo para a Califórnia às 7h30 desta quinta, por isso resolveu ir mais cedo para o aeroporto. Como estava por lá, resolveu esperar até a hora de os embarques reabrirem, o que estava previsto para 11h.

A imprensa e os familiares das vítimas foram colocados em uma área mais longe dos principais terminais de embarque. Os parentes e amigos ficaram em um local reservado, arranjado pelo aeroporto e pela companhia aérea. Por volta das 4h, muitos funcionários do aeroporto chegavam para trabalhar, sem ainda saber como seria o dia.

Nas redes sociais e grupos do WhatsApp, os relatos eram vários. No momento do acidente, muitos carros passavam pela ponte. Muita gente presenciou o choque entre as aeronaves. Os relatos foram de barulho muito alto, luz estridente e um cheiro de gasolina que se espalhou pelo lugar depois da explosão.

Pessoas relataram que haviam pousado 20 minutos antes no aeroporto e ficaram pensando no que poderia ter ocorrido. Parentes de colegas em Washington também conheciam pessoas que estavam a bordo.

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