Em avaliação do primeiro mês de governo, Sérgio Moraes afirma que precisará “puxar o freio”

O prefeito Sérgio Moraes (PL) foi entrevistado no programa Estúdio Interativo da Rádio Gazeta FM 107,9, nessa quarta-feira, 29. Durante quase uma hora, ele falou sobre os primeiros 30 dias à frente do Executivo e como prepara o ano para conseguir superar a previsão de R$ 93 milhões de déficit. Também ressaltou prioridades, como a saúde, e de obras, como a BR-471, que tem planos de devolver para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Conforme Moraes, foram criados grupos de trabalho para atuar mais fortemente em alguns segmentos, como o que trata sobre a fila de espera por atendimento e cirurgias. Ressaltou o andamento dos debates e o fato de ter conseguido trazer a Santa Cruz do Sul a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann. Acrescentou as reuniões feitas com hospitais e o Ministério Público, que tem acompanhado as ações.

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Parte do déficit é justamente nessa área, pois há previsão de repasse mensal de cerca de R$ 10 milhões aos hospitais, até agosto. Faltam R$ 40 milhões para fechar o ano, considerando os meses de setembro a dezembro. Diante dessa situação, o Município terá que encontrar formas para fazer os pagamentos. E uma delas é o que Moraes chamade “puxar o freio” – uma forma de conter gastos sem que os serviços públicos sejam prejudicados.

Não saíram de seus planos, entretanto, questões como a instalação do Centro Integrado de Bem-Estar e Saúde (Cibs). “Mas, primeiro, vamos socorrer os ‘incêndios’. Semana passada chegou a notícia de que um senhor está com a perna quebrada há dez meses; temos pessoas de cama, porque esperam cirurgia. Partiremos desse ponto, que é inicial, com mais médicos e estrutura nos postos; o passo seguinte será o Cibs”, apontou.

Moraes respondeu, além de perguntas dos jornalistas, questões encaminhadas pelo público. Abordou temas como o fornecimento de água, a infraestrutura viária, transporte público coletivo, funcionalismo e obras que estão em andamento, como o viaduto do Arroio Grande.

Funcionalismo

O prefeito relembrou alertas de que dizia não ser possível instituir o plano de saúde e que seus adversários teriam prometido e ganhado a eleição. “Não cumpriram”, resumiu. No encontro com os servidores, durante a campanha, reforçou que não era viável do jeito que imaginavam, mas poderia iniciar com algo mais simples.

Magistério

Quanto aos servidores da Educação, disse que se encontrou com representantes do sindicato da categoria e confirmou o pagamento do piso para todos. No entanto, não é possível aplicar o mesmo reajuste para aqueles que já recebem acima do piso nacional da categoria. “Dá impacto de R$ 42 milhões na folha, daí eu paro de pagar a folha em setembro, outubro. Não tenho como fabricar dinheiro”, ponderou.

Recursos públicos

“Tem que puxar o freio”, resumiu ao falar sobre o tema. Ele citou gastos do ano passado e afirma não ser contra, mas considera necessária uma reavaliação. “A Prefeitura gastou R$ 1,2 milhão em arbitragem nos jogos; era necessário e importante? Muito, mas vamos puxar o freio. Pergunto: gasto com a arbitragem ou saúde pública? Vou gastar com a saúde pública.” Boa parte do déficit de R$ 93 milhões está na Saúde. De acordo com Moraes, é feito repasse mensal de cerca de R$ 10 milhões aos hospitais e isso está previsto até agosto. Não há projeção para os últimos quatro meses, o que obrigará o Município a encontrar fonte de recursos para tanto, representando R$ 40 milhões.

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Finisa

O projeto de duplicação da BR-471 e outros projetos do governo passado foram viabilizados via Finisa. O prefeito disse que a duplicação da rodovia deve ser feita com esse recurso, porque já começou, mas pretende reavaliar, em especial porque considera os juros superfaturados. Em negociação, teria conseguido a redução de R$ 3 milhões em juros por ano e acredita que pode diminuir ainda mais. “Se eles renegociarem os juros, talvez possamos manter esse empréstimo”, disse.

UPA Central

O espaço que ganhou nome de UPA Central foi classificado como um fato político criado na véspera da eleição passada. O Município aguardará o retorno do Ministério da Saúde sobre a aceitação da UPA, que foi solicitada em 27 de dezembro, sem muita expectativa. Enquanto isso, o custo mensal da estrutura existente é R$ 600 mil. “Aquilo é um posto de saúde melhorado. UPA é o que tem na Esmeralda e o que queremos implantar na região alta”, comparou.

Viaduto

A empreiteira teria apontado à Prefeitura a falta de mão de obra como um dificultador para concluir os trabalhos. Moraes alertou, no entanto, que se não for concluído no prazo, a “marreta da multa vai pegar”. “Para mim não importa se a empresa vai ganhar ou perder. Isso é problema deles”, afirmou. Reforçou, durante a entrevista, que será colocada placa da prefeita Helena Hermany (PP) como autora do projeto.

Casas populares

Na área da habitação, o trabalho é para a instalação de 420 casas no Loteamento Santa Maria 2, o que pode amenizar o problema de moradia no Bairro Várzea. “Temos que oferecer a oportunidade de saírem de lá. Tive reunião com a associação de moradores, que entende a vontade de saírem”, apontou. Outra possibilidade é de empresas que fazem a construção rápida de moradias bancando toda a estrutura e vendendo as habitações, posteriormente, mediante financiamento da Caixa Federal, com parcelas entre R$ 600,0 e R$ 800,00.

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Transporte coletivo

O subsídio do Município para o transporte público é outro assunto na pauta da Prefeitura. Mensalmente, são pagos R$ 428 mil. Moraes diz querer entender a razão desse repasse, mesmo que tenha sido diminuída a quantidade de veículos. Além disso, questionou o modelo, que diz ser ultrapassado. Ele acredita que a utilização de vans poderia tornar mais dinâmico e evitar que os usuários tenham de percorrer distâncias e esperar na chuva ou no sol. “Com o transporte mofado, o morador comprou uma moto, divide Uber e o ônibus vem vazio. Tem que modernizar”, resumiu.

Belvedere

Moraes destacou a coordenação do vice-prefeito Alex Knak (MDB) na busca da solução para os problemas do Belvedere. No local, foram identificados problemas como tubulação interrompida. Uma das ações deve ser a abertura de uma via na região.

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