Ciência e Espiritualidade: estudo inédito aponta possível base genética da mediunidade

Uma pesquisa inédita conduzida pelo Instituto de Psiquiatria da USP e pelo Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (NUPES) da UFJF encontrou indícios de que a mediunidade pode ter uma base genética. O estudo analisou o exoma — conjunto de genes que codificam proteínas — de 54 médiuns experientes e os comparou com seus parentes de primeiro grau que não possuem a habilidade mediúnica. Os resultados apontaram 33 genes com variações específicas nos médiuns, mas ausentes em seus familiares.

Os cientistas sugerem que essas alterações genéticas podem estar associadas a uma maior permeabilidade do filtro cerebral, permitindo que os médiuns percebam estímulos que escapam à maioria das pessoas. “Se confirmados por novos estudos, esses achados podem ajudar a compreender melhor os mecanismos por trás das experiências espirituais”, afirma Alexander Moreira-Almeida, professor da UFJF e um dos autores do estudo.

A pesquisa foi publicada no Brazilian Journal of Psychiatry e representa um avanço na investigação científica de fenômenos espirituais. Estudos anteriores já apontavam uma forte presença da espiritualidade na vida das pessoas. Levantamento recente do NUPES revelou que 94% dos brasileiros afirmam ter vivido ao menos uma experiência espiritual profunda, como a sensação de conexão com o divino ou episódios de contato com presenças espirituais.

No Brasil e nos Estados Unidos, cerca de metade da população relata já ter visto, ouvido ou sentido espíritos, o que reforça a importância da investigação científica sobre o tema. “Se houver uma correlação genética confirmada, poderemos entender melhor como essas experiências ocorrem e até mesmo detectar essa habilidade precocemente”, explica Wagner Gattaz, professor da USP.

Os pesquisadores planejam aprofundar os estudos e testar os 33 genes identificados em novos grupos para validar as descobertas. A análise genética da mediunidade pode abrir caminhos para uma nova compreensão dos fenômenos espirituais, integrando ciência e espiritualidade de maneira inédita.

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